Uma conversa no consultório do pediatra de seus filhos uniu Fafi Prado e Elenira Peixoto. Atrizes, educadoras e sacudidas pelas experiências de maternidade, elas sentaram, conversaram e assim nasceu uma linda idéia: promover cultura e arte para bebês. Além de espetáculos teatrais, a CiaZin, realiza também oficinas de arte, contação de histórias e encontros culturais para pais e educadores focados no tema da primeiríssima infância (de 0 a 3 anos).
Fafi afirma que a maternidade a fez uma artista melhor: “Passei a entender a maternidade também como um momento extremamente produtivo, onde todos os esforços estão voltados para o que realmente interessa. Seja abrir um negócio ou colocar uma simples ideia em prática”, conta. Para ela, “algumas mulheres mais inquietas aproveitam essa deixa para canalizar a energia na retomada do trabalho”. E ela atesta: empreender não é coisa só de mulher. Um amigo resolveu estudar Filosofia, porque queria ter fundamentos para conversar com o filho.
Nesta entrevista ao nosso blog, Fafi conta a história do nascimento na CiaZin. Um desafio, segundo ela, pelas dificuldades inerentes ao mundo do teatro e da cultura no Brasil, mas também porque se trata de “desbravar um segmento pouco conhecido no país, que é a categoria de Teatro para bebês”.
Espetáculo "O que eu sonhei?". Divulgação. |
As facilidades são muitas, além de poder acompanhar melhor as primeiras vivências dos filhos. Mas para ela, a criatividade e a atenção despertadas pela maternidade abriram caminhos, “o que para o trabalho artístico é um ganho”.
Confira abaixo a entrevista de Fafi na íntegra.
Blog EM: Conte um pouco sobre a sua iniciativa: o que é? Como funciona?
Fafi Prado: Há dois anos, criei a Cia.Zin de Teatro para Bebês junto com uma amiga, a Elenira Peixoto. Além do espetáculo, fazemos também oficinas de arte, contação de histórias e encontros culturais para pais e educadores focados no tema da primeiríssima infância, ou seja, de 0 a 3 anos.
Como surgiu a idéia?
Nós nos conhecemos na sala de espera do pediatra dos nossos filhos (o pediatra Cacá). Ele mesmo apresentou a gente dizendo: “Vocês duas tem muito em comum. São atrizes, educadoras e tem filhos pequenos. Vocês deviam conversar…”. Nós topamos e começamos os ensaios na sala de nossas casas, ainda amamentando! Eu tinha pedido um afastamento das escolas onde trabalho como professora de teatro. Decidi prolongar a licença maternidade e ficar um ano inteiro dedicada ao meu filhote. Foi um privilégio! Observava, brincava, conversava muito com ele, hoje com dois anos e meio. Eu fiquei intensamente mergulhada no universo dos bebês. Anotava tudo, escrevia diários, fotografava. Até comecei a escrever um blog. Um dia fomos assistir ao Grupo espanhol La Casa Incierta que estava trazendo para o Brasil a ideia de Teatro para Bebês. Foi aí que caiu a minha ficha: Como artista eu senti que era ali que estaria minha via de criação. O encontro com a Elenira foi muito feliz! Nós duas queríamos criar e a grande motivação para nós foram os nossos pequenos.
Como era seu trabalho antes e como é agora?
A escolha pela temática da infância na arte tem sido muito inspiradora. O trabalho amadureceu, tem uma nova forma de olhar. Hoje as criações acontecem com mais base e profundidade. Estamos tirando a matéria-prima do trabalho das nossas vivências e questionamentos, não só como mães, mas como artistas interessadas na criança pequena. Costumo dizer que a maternidade me fez uma artista melhor e espero que o inverso também seja verdadeiro. [risos]
Você realizou o que queria quando resolveu empreender?
Sim! Em dois anos, construímos nosso primeiro espetáculo chamado “O que eu sonhei?”, idealizamos uma mostra de Arte no Centro Cultural São Paulo, “Conversas Poéticas entre Arte e Bebês”, agregamos ao redor do nosso trabalho muita gente bacana que está pensando a infância de uma maneira mais sensível e fizemos contato com um público com quem temos uma troca muito profunda e carinhosa. Acho que isso é realização! Agora só falta uma temporada da peça em cartaz para compartilharmos mais do nosso trabalho. Estamos trabalhando muito para isso.
Quais as facilidades e dificuldades de empreender sendo mãe?
Em matéria de fazer Teatro, nada é muito fácil. Tem todas aquelas dificuldades de sempre: conciliar os horários de ensaio com a rotina familiar; o tempo de construção de um espetáculo, que é longo e cansativo; as políticas culturais limitadas; a falta de editais de apoio ao processo e a pesquisa; e, no nosso caso, a dificuldade maior é desbravar um segmento pouco conhecido no Brasil que é essa categoria de Teatro para bebês. A facilidade é que a maternidade acaba trazendo um olhar muito mais atento e criativo para a vida, o que para o trabalho artístico é um ganho.
O que é empreendedorismo materno para você?
Empreendedorismo e maternidade são palavras que combinam muito bem! Empreender é coisa que toda mãe acaba descobrindo que sabe fazer, de uma maneira ou de outra. Passei a entender a maternidade também como um momento extremamente produtivo, onde todos os esforços estão voltados para o que realmente interessa. Seja abrir um negócio ou colocar uma simples ideia em prática.
Na sua opinião, por que as mães optam por este formato de trabalho?
A experiência de ter um filho é transformadora, normalmente muda completamente o foco de interesse na vida. Você quer por a mão na massa e ir à luta porque o instinto de melhorar a si mesmo e ao mundo começa a falar mais alto. Acho que algumas mulheres mais inquietas aproveitam essa deixa para canalizar a energia na retomada do trabalho! E não é coisa só de mulher, hein! Tem um amigo meu que foi estudar Filosofia, porque queria ter fundamentos para conversar com o filho!
Gostou do trabalho da Fafi?
Entre em contato com ela!
Fafi Prado
11 9654 8091
www.ciazin.blogspot.com
teatroparabbs@gmail.com
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Também sou do time de mães empreendedoras...Mas por enquanto ainda estou a procura de alguma coisa para trabalhar em casa...
ResponderExcluirAdorei o blog e voltarei mais vezes.
Beijos Natália
www.minhapequenamaria.blogspot.com