quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

ESPECIAL: Mães empreendedoras cuidam de outras mães no pós-parto

Toda mãe passa pelo complexo período do pós-parto. Chamado genericamente assim, este é um momento único na vida de cada mulher. Isso porque cada uma tem uma trajetória, uma história de vida própria, um filho que é único (mesmo que seja o segundo ou o terceiro) e que acontece em um contexto também único da vida das pessoas envolvidas, da família e também da sociedade.

São múltiplos os fatores (sociais, emocionais, físicos, familiares e etc) envolvidos no processo que se chama de pós-parto. Por isso, cada uma e todas as mães deveriam ter uma atenção especial de familiares, amigos e companheiros(as) neste momento.

Pensando nisso, mulheres que são mães e já passaram por este momento criaram produtos e serviços para atender e acolher mães neste momento tão delicado. Vamos conhecer um pouco sobre o trabalho de Priscila Castanho, da Abraço Materno; Rosangela Alves, da Sampa Sling; Tatiana Tardioli, da Dança Materna; Isadora Canto, do Projeto Acalanto; Ligia de Sica, da Bebechila; e Cris Toledano, psicóloga e coordenadora de grupos de apoio ao pós-parto.

Priscila, da Abraço Materno

“Uma mãe acolhida, cuidada, ouvida e acariciada é com certeza a melhor forma de viver uma maternidade feliz e plena. E isso reflete diretamente nos cuidados com o bebê, seu crescimento e desenvolvimento”, afirma Priscila Castanho, da Abraço Materno. A empresa oferece massagens em gestantes, no pós-parto e dá cursos de Shantala, a massagem para bebês. Além disso, Priscila atende como doula pós-parto.

Rosângela, da Sampa Sling
Rosangela Alves, da Sampa Sling costuma visitar e receber visitas de mães e pais recentes nas consultorias que oferece em sistema de plantão ou nas Slingadas, onde apoia pais, mães e cuidadores a promoverem o uso correto dos carregadores de bebês. “É um período tão complexo, que tudo está misturado. As famílias chegam até mim procurando ajuda com o sling e terminamos falando de amamentação, relacionamentos, intervenções familiares, modos de cuidar, higiene do bebê e tudo mais que você possa imaginar”, conta.

Tatiana, da Dança Materna
Transformação e solidão

Com uma coisa todas concordam: trata-se de um período muito especial e, em geral, rondado por medos, angústias e inseguranças. “Esta é uma fase muito peculiar da vida, onde há uma grande quebra do que era a vida que a mulher tinha antes de ter o bebê, a imagem que tinha dela mesma, em relação ao momento presente, que exige dedicação total ao pequeno e um contato extremo com ela mesma, que muitas vezes leva à revisão de seus conceitos e crenças. Isto pode ser muito transformador se tomado como uma grande oportunidade de autoconhecimento, mas pode também ser um terreno muito árduo de se transitar se ela ficar muito sozinha. Nem sempre há pessoas próximas com disponibilidade de tempo para apoiar a mulher nesta fase da vida”, afirma Tatiana Tardioli, idealizadora da Dança Materna.

Para ela, por mais que a família e os amigos mais próximos queiram estar presentes, estão “no tempo do mundo, do dia a dia corrido”, enquanto a  mulher experimenta no pós-parto uma outra relação com o tempo, os espaços que antes frequentava e mesmo com as pessoas. “Precisa conviver com outras mães recentes e compartilhar experiências. Ser acolhida em suas dúvidas, medos, alegrias, variações de humor e tudo o mais que vem nesse período que dura muito mais do que os 40 dias "oficiais". É importante para que ela possa ser reinserida na vida social, e se sinta apoiada, compreendida e acolhida e que viva estes  primeiros tempos com o bebê inteiramente em toda sua intensidade. Se ela tiver o apoio do marido nesse sentido, será de fundamental importância”, afirma Tatiana.

Mães: uma tribo

A psicóloga argentina Laura Gutman afirma esta necessidade: de as mães estarem em grupo, para compartilhar experiências e se apoiarem: “Nenhuma mãe deveria estar sozinha com um filho pequeno nos braços. A espécie humana foi desenhada para andar em manadas, em tribos. Nós, mães modernas, precisamos organizar uma tribo que nos apoie e ofereça companhia e compreensão”, disse ela em entrevista o site Mamatraca.

A psicóloga paulistana Cris Toledano, desde 2008, organiza grupos com esta intenção. O grupo de encontro e acolhimento de mulheres no pós parto é um grupo de mulheres que acabaram de experimentar a chegada do seu bebê. “A troca, neste momento intenso e cheio de novidades, além de rica é reconfortante; ajuda a apaziguar a solidão, as dúvidas, os medos e anseios tão comuns neste momento da vida”, afirma ela em seu blog.

Isadora Canto, do Projeto Acalanto
Troca e vínculo

Para Tatiana, estar em grupo é fundamental e realizar uma atividade como a dança traz outros benefícios. Ela conta que a dança promove um espaço de diálogo entre as mulheres; favorece o vínculo com o bebê (que nem sempre é imediato, ao contrario da expectativa que se tem); contribui para que a mulher se empodere a partir da troca de experiências, no que se refere às decisões que toma sobre como maternar seu bebê; viabiliza um encontro com ela mesma, com momentos onde vai poder se cuidar, com auto-massagem, alongamento, e outros recursos que propiciarão que ela se sinta em casa neste corpo que muda tanto quanto suas emoções, desde que ela engravidou; possibilita que ela viva momentos felizes dançando com seu bebê, independente do contato que ela tenha ou não com a dança anteriormente; e ensina estratégias que ela vai poder usar em casa para cuidar dela mesma, acalmar o choro do bebê e fazê-lo dormir.

Isadora Canto, mãe, cantora, compositora e idealizadora do Projeto Acalanto também acredita que uma atividade artística pode contribuir para o vínculo entre mãe e filho recém-chegado ou ainda na barriga. No Projeto Acalanto, ela usa canções, composições e atividades musicais para construir a comunicação entre mãe e bebê desde a gestão.

Ligia de Sica, da Bebechila
“Desde o ventre, o bebê já começa a escutar sons do mundo exterior, por isso, ainda no útero já pode começar a ser acariciado com canções. Os benefícios para o bebê e para a mãe são inúmeros. Podemos citar como exemplos mais gerais o fortalecimento do vínculo afetivo, o elo entre mãe e filho, a fluidez na comunicação desde a barriga. Especificamente, podemos citar a entrada da mãe no universo infantil (muitas mães só tem contatos com seus bebês nos exames de ultrassonografia), o incentivo ao diálogo, a estimulação do imaginário materno com o contato com o mundo infantil”, afirma a artista em seu site.

Em um sentido - podemos dizer - mais "prático", relacionado às pequenas inseguranças do dia-a-dia, Ligia de Sica oferece apoio e conforto às mamães, por meio da Bebechila. "As mochilas, bolsas e acessórios da Bebechila tem como intenção dar conforto e segurança para as mães. Neste comecinho de vida materna, muitas mulheres não se sentem à vontade para sair com o bebê para passear. A ideia dos nossos produtos é ajudar a mãe no sentido de conduzi-la a um passeio com tranquilidade e segurança, já que certamente ela estará levando tudo que precisa para cuidar de seu bebê", explica Ligia. Os compartimentos e divisórias das malas e mochilas são pensados de acordo com cada ocasião de saída com os bebês, desde a maternidade até os passeios mais curtos, passando pelos momentos da alimentação e da higiene.

Ela explica como um produto como a Bebechila pode ajudar no vínculo entre a mãe e o bebê. "Quando a mãe se sente segura para sair, ela entende que seu filho não é apenas um pequeno ser que demanda atenção todo tempo, mas pode ser uma agradável companhia para passeios deliciosos. Além disso, livre de preocupações - como uma lista de coisas para lembrar toda vez que tem que sair - ela libera espaço emocional e energia para se dedicar mais ao filho. Além do que, na prática, a mochila libera as mãos e o corpo para ficarem disponíveis para o bebê que é o mais importante", afirma, acrescentando que, no caso da Bebechila, o conforto, o vínculo e o cuidado extrapolam o pós-parto e acompanham mães e filhos por bastante tempo.


Estes são alguns exemplos de mães empreendedoras que estão preocupadas com o bem-estar de outras mães e que fazem de sua sabedoria e seus aprendizados um trabalho para transformar a vida de outras mães.

Conhece uma mãe empreendedora que ajuda outras mães? Escreva pra nós e sugira um post com ela aqui no blog!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Post de mãe convidada: Coaching individual e em grupo para mulheres, por Anna Gallafrio

Anna (ao centro, de vermelho) em um
encontro de coaching. Foto: Carla Raiter
Desde novembro de 2010 tenho me dedicado a atender mulheres em sessões individuais de coaching . Longe de ser uma especialização, o processo aconteceu naturalmente.

O coaching tem ajudado essas clientes na elaboração e organização de ideias nos campos profissional e pessoal.

Empreender é desafiador para qualquer um, mas as mães trazem elementos específicos da maternidade que devem ser escutados e levados em consideração, pois são fundamentais para o sucesso da empreitada.

São muitas as questões particulares da mulher. É recorrente a busca por equilíbrio entre a dedicação com a família e o trabalho.

As mães recentes, em meio à licença maternidade, buscam apoio para iniciar uma nova empreitada profissional que as satisfaça financeiramente, mas que considere também o aspecto emocional nessa balança. As puérperas, mulheres em fase pós parto, têm no espaço do coaching a oportunidade de pensar em si. Muitas relatam que desde a chegada do bebê pouco (ou nada) fizeram por si devido à imensa doação e adaptação do novo membro da família.

As gestantes também surgem com uma diversidade grande de ansiedades e conflitos naturais da fase de transformação, o que dá um vasto campo de aprofundamento e conscientização de quais são os papéis da mulher nesse rodamoinho de sentimentos. Mais uma vez, vejo que as sessões ajudam a direcionar a energia em um foco mais claro, permitindo um autoconhecimento altamente benéfico. Gestar é, de certa forma, preparar-se para o desconhecido. Esse desconhecido estará na nova família, na nova rotina, na nova relação, na nova mulher e também na profissional.

As mães mais experientes igualmente apresentam grande vontade de crescer e organizar a vida profissional. A elaboração de planos e metas auxilia na orientação de um caminho - ou muitos- a seguir. Coaching é bater nas portas da possibilidade, experimentar soluções. E depois que os filhos crescem, as opções também mudam.

Durante a sessão eu escuto, pergunto, permito que elas se escutem e assim o novelo de ideias, dúvidas, possibilidades e expectativas vai se desenrolando.

Fica claro que o coaching amplia o campo de visão e apresenta um novo olhar a questões variadas que permeiam a mente e as necessidades da mulher. Muitas compartilham que o processo ajudou a ter mais clareza de seus objetivos, de seus talentos escondidos, das reais capacidades e potencial criativo.

Fico satisfeita quando uma cliente encerra o processo já com uma lista de ações a serem tomadas, ou com um projeto que saiu do papel. É gratificante acompanhar o empoderamento que cresce à medida em que essas mulheres percebem o que é importante a cada uma delas e perseguem um foco diante dos desafios.

Estou aberta a novas parcerias, estou morando no litoral norte de SP e atendendo sessões individuais via skype (que tem funcionado muito bem). Além disso, tenho previsto um workshop em SP em março/2013 e um em Campinas em abril/2013.

Se você busca apoio e espaço para crescer diante de suas questões, espaço para entender-se melhor ou quer enxergar uma nova perspectiva da sua vida, entre em contato.

Será um prazer acompanhar mais mulheres nos seus caminhos de vida.

Forte abraço a todas, com votos de sucesso e autonomia.

Anna Marcia Gallafrio
anna.gallafrio@gmail.com
11-985 370 372
12- 3832 6442
www.naturalcoaching.blog.com

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Carla acolhe mães, filhos, pais e famílias na Casita, espaço de convivência em Santo André (SP)

Carla (agachada, a segunda da esq para a dir) na abertura da Casita.
Carla Capuano busca ajuda de Paulo Leminski para se definir: “Isto da gente querer ser exatamente o que a gente é ainda vai nos levar além”. De fato, a trajetória de Carla poderia ser traduzida com esta frase. Mas não está resumida a ela, porque Carla é, justamente, além. Mãe independente, por opção (da linda Clara Liz), psicóloga de formação, com MBA em Gestão de Pessoas e tendo atuado por 15 anos na área de Recursos Humanos em Multinacionais, ela hoje é gestora da Casita, um espaço para mães, filhos, pais e familiares que acreditam no convívio acolhedor, respeitoso, harmonioso e profissional.

O espaço oferece atendimentos em pediatria humanizada, psicoterapia e nutrição; práticas em eutonia e yoga; grupos de apoio ao parto, amamentação e pós-parto e cursos nestas áreas. “Depois de morar na Austrália por dois anos, percebi que era possível viver diferente e ser quem a gente é. As grandes organizações e scarpins de salto alto deixaram de me encantar... mas o que fazer??? Como garantir o dia-a-dia tendo prazer?”, relembra a mãe empreendedora.

A resposta veio com a pequena Clara Liz. “Depois da cria, a gente se transforma demais. É uma oportunidade de fazermos algo novo ou de uma forma nova. Não dá para ter pressa... é um processo que como a maternidade, vai acontecendo... apenas precisamos nos permitir!”, diz, lembrando que pediu demissão do seu trabalho e se mudou para Santo André, sua cidade natal. “Vivi com 1/3 que ganhava como CLT. Aí comecei a perceber o que de fato era importante para mim... O sabático de meses, morando na Casita, só reforçava o desejo de transformá-la em um espaço de convivência”, recorda.

Para Carla o empreendedorismo não é para toda mãe. “Cada uma tem um desejo diferente, se motiva por algo único”, diz.

Conheça a história de Carla e da Casita na entrevista que ela concedeu ao nosso blog, reproduzida na íntegra abaixo. Antes, um aviso de Carla: a Casita está em busca de profissionais.

“Estamos buscando profissionais autônomos para integrar a equipe da Casita.
Nosso espaço de convivência proporciona atendimentos, práticas, cursos e atividades com foco familiar e criação por apego.
Se você acredita no amor, acolhimento, respeito e faz a diferença, nos contate. Marcamos um chá saboroso para dividir sua experiência e proposta”.

Ficha da empreendedora
Seu nome: Carla Capuano
Nome e idade do(s) filho(s): Clara Liz, 1a10m
Nome da empresa e/ou atividade: Casita - Espaço de Convivência
Telefone:             11 2834-5303      ou 9 9435-4275 (oi)
e-mail: carlacapuano01@gmail.com
website e/ou blog: http://www.blogdacasita.blogspot.com.br/


Conte um pouco sobre a sua iniciativa: o que é? Como funciona?
Me demiti e me mudei de SP para a Casita, em Santo André, minha cidade natal. Vivi com 1/3 que ganhava como CLT. Aí comecei a perceber o que de fato era importante para mim... O sabático de meses, morando na Casita, só reforçava o desejo de transformá-la em um espaço de convivência. A partir de sensações, insights, terapia (lembrem-se que por lei temos 24 sessões por ano... que já 'refresca'!),  'rabiscos', conversas, nascimento da minha filha e apoio que iniciei o 1º Encontro de Pós Parto no ABC. Neste momento havia me mudado para perto da Casita.
Embora confiante, não imaginava que 'portas e janelas' da Casita abririam tão rapidamente. Meses depois, convidei o pediatra da minha filha, o Cacá, para iniciar os atendimentos, na sequencia, parceria para a criação do MPBebê (música de qualidade com infra para os bebês) e curso de introdução de Alimentos, 'Bebê tem fome de quê?', Eutonia, Yoga (com diferencial em disponibilizar uma doce cuidadora para os filhotes enquanto as mães praticam) e o Chá com Ciranda (roda de mães com bebês acima de 1 ano). Logo após, vieram os atendimentos em psicoterapia e nutrição e o grupo de apoio ao parto, 'Gestando'. E não para por aí [risos]. Outras portas e janelas se abrirão... em breve, faremos ampliação do espaço. A ideia é crescer, mantendo o foco da Casita: convivência harmônica, apoio, respeito, informação e amor!

Como era seu trabalho antes e como é agora? Você realizou o que queria quando resolveu empreender? Quais as facilidades e dificuldades de empreender sendo mãe?
Trabalho menos que antes e a cada dia me apaixono mais. Sempre gostei de criar e fazer... e hoje, o limite é meu e dos parceiros! Tenho tempo para ficar com a Liz, muitas vezes ela participa das atividades na Casita ao meu lado.
Vejo como uma possibilidade prazerosa de poder trabalhar estando perto da minha filha. Faço o que posso, no momento que posso, nas horas possíveis (agora é sábado meia noite). Isto para mim apenas soa como vantagem e facilidade. Bem, quando tenho uma ideia... escrevo rapidamente para elaborar num momento oportuno. Talvez este seja o lado ruim ;)

O que é empreendedorismo materno para você?
Empreendedorismo: criação
Maternidade: transformação
Para mim, primeiro veio o desejo de criar um espaço de convivência e se foi se transformando depois que a Clara Liz nasceu: Autoconhecimento, desejo, possibilidades, otimismo e adaptação.

Em sua opinião, por que as mães optam por este formato de trabalho?
Necessidade, possibilidade e vontade!

Você acha este fenômeno algo positivo ou negativo para a vida das mulheres?
Positivo. Flexibilidade para estar mais perto para criar seus filhos e projetos.

É um modo sustentável de conciliar carreira e maternidade?
Sim, mas não é para toda mãe... cada uma tem um desejo diferente, se motiva por algo único.

Que dica daria a quem quer se tornar uma mãe empreendedora?
Se conhecer através da terapia que mais lhe agrade, acredite. Acreditar no sonho e buscar apoio, seja emocional ou financeiro.