terça-feira, 29 de outubro de 2013

Em 85% das empresas, menos da metade das mulheres volta ao cargo após licença maternidade

Segue na íntegra o artigo do jornal Folha de São Paulo.

Original aqui.

Via Agência Patrícia Galvão

(Folha de S.Paulo) A arquiteta Cintia Costanzi, 40, voltou a ter um emprego em setembro, depois de mais de três anos em que esteve cuidando dos filhos.
A história profissional de como a maternidade de Constanzi alterou a sua vida profissional não é só dela: empresas brasileiras são as que mais veem suas funcionárias irem embora depois do período de licença-maternidade, mostra uma pesquisa da consultoria Robert Half feita em 14 países.
Entre cem diretores de RH ouvidos no Brasil, nenhum disse que a chance de uma profissional voltar ao trabalho depois da licença é alta (maior que 75%). Em 85% das empresas, menos da metade das mulheres volta ao cargo.
Para as empresas, o fato de muitas mães não voltarem é ruim porque "é difícil encontrar pessoas especializadas", afirma Marta Chiavegatti, 31, gerente da Robert Half.
"É importante ter ferramentas de retenção dessas profissionais", diz.
Ela cita a oferta de trabalho em horários flexíveis para que a profissional possa compatibilizar suas diferentes atividades.
Esse índice baixo de volta ao trabalho, se comparado a outros países, não deve ser interpretado como uma escolha da mãe, diz Débora Diniz, professora da UnB (Universidade de Brasília).
Antes, diz, é "um sinal de que algo está errado no suporte público para o retorno ao trabalho". Ela cita falta de creches com horários expandidos e em locais variados.
Diniz diz que, entre mulheres de nível hierárquico mais alto, a volta é maior. A pesquisa verificou isso: entre as que ocupam cargos gerenciais, a chance de voltar é maior do que 50% em 63% das empresas. Isso acontece no mundo inteiro, mas no Brasil especialmente.
SAIR E ENTRAR
Em 2009, Costanzi engravidou de gêmeos. Mas perdeu um dos bebês e o outro necessita de cuidados especiais.
O plano era voltar a trabalhar em seis meses, mas ela decidiu ficar mais tempo perto da criança. E nessa época ela engravidou novamente. "Meu marido precisou cuidar de todas as despesas", diz.
A socióloga Nina Madsen, do CFEMEA (Centro Feminista de Estudos e Assessoria) considera que um dos motivos que explicam a baixa taxa de volta ao cargo depois da licença-maternidade é a divisão do trabalho doméstico, que geralmente fica mais sob responsabilidade da mãe do que do pai.
"Precisaria haver uma campanha pública para que os homens assumissem mais responsabilidades parentais. As mulheres saíram para o mercado, mas os homens não vieram mais para casa", diz.
Ela cita que o fato de a licença-paternidade ser de cinco dias é um sintoma de como criar os filhos é visto, inclusive pela legislação, como atividade só feminina.
Cristiane Lázara, 40, assistente-executiva da fabricante de tratores AGCO, é uma das que saíram do emprego depois da licença, mas no caso dela, foi uma coincidência. Ela trabalhava para uma empresa que foi vendida. Antes mesmo do período para poder ser mãe, ela já sabia que, ao fim do período, seria desligada. Ela aproveitou para ficar mais tempo cuidando da filha e só voltou a ter um emprego neste mês. "Não me arrependo. Esse um ano e meio que fiquei sem trabalhar foi fundamental."
O tempo que ela ficou fora do mercado é o mais comum para as mulheres que saem do emprego após o período de licença (veja quadro ao lado). Mas muitas mães nem mesmo voltam a trabalhar.
Por enquanto, esse é o caso de Tatiana Manski Krongold Benitez, 37, mãe da Isabel. Ela foi demitida pouco depois de voltar da licença e, em 11 meses de procura, já fez dez entrevistas de emprego.
"Já ouvi que não seria contratada porque estava em um momento diferente. Ou seja, já tinha uma filha. É uma visão míope, pois quem tem filho circula entre outras mães, faz contatos."
A consultora em carreira Mariá Giulise diz que as empresas podem ter "resistência com mães de filhos pequenos por considerarem que elas têm problema de mobilidade para viajar, ou para ficar até tarde no trabalho".
Ela recomenda que a profissional saiba, de antemão, se a vaga que ela está pleiteando exige isso e que, antes da seleção, já saiba como resolver essas questões.
Além disso, no período em que a mulher estiver afastada, "precisa se atualizar para não perder o ritmo e o conhecimento".
Foi o que Laura Vieira, 35, deixou de fazer quando virou mãe da Júlia. Ela passou uma parte da gravidez enquanto acompanhava o marido em um MBA nos EUA, mas não aproveitou para fazer nenhum curso. "Não me reciclei profissionalmente."
Ela conta que, quando faz alguma entrevista para uma vaga, os recrutadores perguntam se ela havia feito alguma aula na área dela. E ela só estudou inglês no período de afastamento. Hoje, faz decorações artesanais para festas infantis.

domingo, 27 de outubro de 2013

Blogagem coletiva – Maternidade e carreira profissional: como não conciliar essas duas coisas

Leia a convocação do FemMaterna para a blogagem coletiva. Vamos colaborar, contando nossa histórias ou escrevendo depoimentos?

O título é uma provocação: estamos habituados a ler reportagens e matérias partindo do princípio de que é super tranqüilo conciliar carreira profissional e cuidado com filhos. E nós do FemMaterna já sabemos que essa facilidade não existe (ou existe para poucos): conciliar cuidados com filhos e carreira, na maioria das vezes, não é um mar de rosas, e às vezes, é impossível, sobretudo para as mulheres. Já está na hora de questionarmos: devemos nos adequar a esse sistema social que exige tempo e dedicação extrema ao trabalho remunerado e ao mesmo tempo dedicação intensa aos filhos? Como o sistema pode ajudar mães e pais a ficarem mais próximos de seus filhos sem que isso seja um impedimento para suas realizações profissionais e vice-versa?
Selo dia 25 Blogagem Coletiva
Os blogs a seguir participam desta blogagem coletiva, compartilhando suas experiências e opiniões sobre esse tema tão central na vida das mães (e dos pais também).
LEIA, DIVULGUE E, MAIS IMPORTANTE, COMPARTILHE CONOSCO A SUA EXPERIÊNCIA. A BLOGAGEM NÃO TERMINA HOJE E FICARÁ EM DESTAQUE EM NOSSO BLOG.
Do blog da Kika Doula
Sei que, para muitas mulheres, isso não se trata de escolha, e sim de sobrevivência. Sei também que no nosso país, o governo não nos proporciona a possibilidade de estar em casa, de exercemos plenamente nossa maternidade, de amamentar o tempo que gostaríamos, de exercer com dedicação plena o nosso melhor papel.”
Do blog Eu Mamãe da Gabi D’Andrea
Sei que sou uma privilegiada, direito de escolha é coisa rara por essas bandas, assim como apoio da família, do marido/companheiro/pai da criança, da sociedade. Em meus sonhos mais loucos todos teriam direito de escolher, de decidir de viver plenamente a criação de seus filhos. A vida de todas as famílias poderiam se adaptar à chegada dos filhos da maneira como for melhor… Neste mundo ideal nenhuma  mulher se sentiria culpada por não ser aquela mãe da revista, que é bem sucedida na carreira, cuida da casa, faz lanches saudáveis para os filhos, brinca com eles, está sempre linda e tem uma vida sexual de dar inveja aos cinquenta tons de cinza! A responsabilidade pela criação dos filhos seria compartilhada e não jogada como um fardo em cima de uma única pessoa…
Do blog Lia de Lua
“A conjunção entre maternidade e carreira depende de muito mais do que decisões e empenho pessoais. Ela deve envolver, para além da rede de apoio imediata, a comunidade toda. A situação da mãe que exerce trabalho remunerado deve ser objeto da atenção dos governos, da sensibilidade dos empresários e da solidariedade da sociedade como um todo, que deve se abster dos julgamentos de costume.”
Do blog Quitandinha da Sharon Caleffi
Há algum tempo eu estou juntando feminismo com maternidade e conversando com as mães que eu conheço sobre as dificuldades, as opressões, as barreiras, os enfrentamentos e as crianças delas. E nenhuma é igual à outra não, pelo contrário. Apesar de termos dificuldades parecidas, cada uma tem uma forma de lidar com elas, uma forma de ver o mundo, um jeito diferente de cuidar e educar suas crianças.
Nós mães somos iguais apenas para o mundo lá fora.
O que não muda é o julgamento alheio: esse, tá sempre com a gente.
Do blog da Mariana Vilhena
“Então, com as mulheres da minha família, pra mim sempre foi clara a capacidade da mulher e a liberdade de escolha, até eu escolher algo diferente do que é esperado hoje. Aí eu percebi que não somos tão livres assim. Uma mulher grávida com mal-estar hoje é visto como frescura. Lógico, o mercado de trabalho não aceita baixa na produtividade. Então eu penso em todas as mulheres que não trabalham por escolha, mas por sobrevivência. De todas que gostariam de cuidar da casa e dos filhos, mas realmente não podem. E lamento muito, do fundo do coração. É por essas mulheres que luto. Por todas que assim como a minha mãe, estão perdendo momentos preciosos de seus filhos pra poder por a comida na mesa e estão sendo destratadas o tempo todo, assim como eu sou mal-vista por ter escolhido ser mãe em tempo integral. Mas o movimento feminista dizendo como a mulher tem que agir e viver a sua vida realmente me entristece e não me representa. Sempre somos julgadas, escolhendo trabalhar ou não. Mas hoje quem escolhe ser dona de casa enfrenta preconceito de todos os lados.”
Do blog Balzaca Materna da Dani Brito
“O primeiro sentimento que tive ao receber a notícia da (primeira) gravidez foi: vergonha.
A recebi como uma sentença, como uma fatalidade. “Sua vida acabou”, ouvi de várias pessoas e senti o peso de cada uma dessas letras. Não era tão nova, mas sentenciada estava por ter posto meu futuro promissor em risco.
Naquele momento e no ambiente de trabalho opressor, tudo o que eu conseguia sentir era incômodo e inadequação. Sentia-me desnuda aos olhares dos outros. Minha sexualidade nunca foi tão exposta. Estava grávida e isso indicava uma vida sexualmente ativa. A gravidez veio para mim como um castigo.”
Do blog Para Beatriz da Isabella Kanupp
Quando falamos de ficar mais tempo com os filhos, de maternidade e volta com a carreira/vida profissional, pouco vemos o reflexo da nossa sociedade machista. É triste, porque não temos essa discussão sobre a paternidade, porque a maternidade e a paternidade é vista de formas tão diferentes. O filho nasce, logo o homem volta a trabalhar. Não há questionamentos sobre deixar de trabalhar e ficar em casa, sobre a terceirização dessa criança, a responsabilidade é da mãe! Fim!

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Mães empreendedoras buscam cursos para se profissionalizar

Reproduzimos na íntegra o artigo da BBC, da Mariana Della Barba.

O original está aqui.

O enredo muda, mas a história se repete entre muitas mulheres que estão saindo da licença-maternidade e percebem que será difícil conciliar a carreira e a criação dos filhos.
Uma é demitida e acaba ficando feliz por não ter de deixar o filho o dia inteiro no berçário. Outra decide transformar um dom em negócio. Algumas optam ainda por mudar totalmente de carreira para se adaptarem melhor aos horários e às necessidades das crianças.
Assim, acompanhando a tendência de crescimento do número de mulheres empreendedoras no país, também vêm aumentando no Brasil a quantidade de mulheres que decidem apostar em uma mudança e se transformam em mães empreendedoras.
De acordo com dados do Sebrae, hoje há cerca de 7 milhões de mulheres com seu próprio negócio no país, um número 21,4% maior do que há dez anos. Desse total, 70% têm filhos (ver box abaixo).
Em outros países porém, como nos Estados Unidos, as mães empreendedoras se tornaram uma realidade há mais tempo, e o fenômeno está mais sedimentado.
Tanto que lá foi criado o termo mompreneurs, um neologismo com as palavras mom (mãe) e entrepreneurs(empreendedor). Esse tipo de negócio foi apontado há alguns anos como a grande tendência dentro do empreendedorismo, sendo alavancado pela popularização da internet.
Ao perceberam que empreender pode ser uma alternativa para a nova vida, muitas mães buscam, como segundo passo na empreitada, cursos para tentar transformar a paixão por alguma área em um negócio profissional.

Só amor basta?


"No começo, muitas mães empreendedoras são movidas por sentimentos bem irracionais, como intuição e um envolvimento muito visceral", diz Michelle Prazeres, que dá consultoria e oficinas sobre o tema e comanda o blogEmpreendedorismo Materno.
"Não que isso deva ser deixado de lado, mas também é preciso buscar orientação. Só de amor o negócio não vai se sustentar."
Michelle é, ela própria, uma mãe empreendedora. Consultora de comunicação para empresas, ela decidiu mudar seu foco de atuação depois que seu filho nasceu, há dois anos e meio, quando percebeu que o ritmo de trabalho que tinha não seria compatível com um bebê.
Como não sabia exatamente que caminho seguir, ela então montou o blog para se inspirar - e acabou achando um filão. Além de agregar contatos de mães que têm seu próprio negócio, ela oferece consultoria sob demanda e cursos para mães empreendedoras, como o que acontece em novembro no espaço Mamusca, em São Paulo.
"Dependendo das necessidades do cliente, também indico outras mães que cuidam de áreas mais específicas, como uma que é webdesigner e outra que tem um escritório de contabilidade", diz Michelle, que analisa setores como finanças, marketing e comunicação.

Aulas com o filho a tiracolo

Uma rede de mães colaboradoras também é um dos segredos do Maternarum, um projeto de Curitiba que busca fortalecer o empreendedorismo materno.
O projeto, lançado há 14 meses, oferece cursos a mães que têm o próprio negócio, com temas como microcrédito (com um especialista da Caixa Econômica Federal), marketing e elaboração de planos de negócios, mídias sociais e fotografia de produtos.
"Qualquer um pode participar, mas aqui a gente entende as necessidades das mães", explica Isabella Isolani, uma das integrantes do Maternarum. "Elas podem trazer os filhos, por exemplo. Às vezes um bebê chora e ninguém estranha."
A consultora Michelle Prazeres aponta esse justamente como um dos empecilhos aos cursos de empreendedorismo tradicionais. "Percebo um crescimento no número de mães que querem empreender, mas ao mesmo tempo muitas não têm verba para se especializar. E o dilema às vezes nem é só financeiro, muitas também não têm com quem deixar o filho."
"Fora que cursos tradicionais para empreendedores por vezes assustam essas mães, já que elas estão entrando agora nessa área. E elas querem algo mais pé no chão, com um conteúdo mais prático."

O sucesso sob a ótica materna

Esses cursos específicos para mães também revelam que seus perfis e seus objetivos muitas vezes diferem de uma empreendedora sem filhos.
"Uma das principais diferenças diz respeito à ideia de realização e sucesso, que se traduz muitas vezes em qualidade de vida e não apenas em lucro", diz Patricia Travassos, coautora do livro Minha Mãe é um Negócio, que traz histórias reais de mulheres que abriram a própria empresa para ficar mais perto dos filhos.
A maioria delas trabalha mais do que quando era empregada, mas apontam que faz toda a diferença poder ter flexibilidade, poder levar e buscar o filho na escola, poder ficar com ele em casa quando estiver doente, acompalhar a lição de casa, almoçar junto, entre outros exemplos.
Para americana Jennie Wong, autora do livroAsk the Mompreneur: Small Business Advice on Starting and Growing Your Own Company(“Pergunte à Mãe Empreendedora: Conselhos de Pequena Empresa para Iniciar e Ampliar sua Própria Companhia”, em tradução livre), o que mais caracteriza uma mãe empreendedora é que elas podem "determinar o tamanho de seu sonho".
"Para algumas, filhos significam trabalhar menos horas, mas para outras é hora de colocar o pé no acelerador, para deixar uma boa situação financeira para eles e para mostrar como é se dedicar 100% a um projeto", diz Jennie.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Flávia idealizou a “Criando Gente” e se realiza tecendo roupas para amamentação

Flávia e Tomás
Flávia é a quarta filha de uma família de cinco irmãos que tradicionalmente trabalha com tecidos há mais de 50 anos em uma loja de decoração em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. “Cresci entre móveis, cortinas, tapeçarias e estofados feitos sob os olhares minuciosos dos meus pais”, lembra. Por isso, os tecidos – que hoje são sua matéria-prima - fazem parte da sua história.

Ela está à frente da Criando Gente, empresa de roupas para amamentação. “São peças que asseguram a liberdade, o conforto de amamentar em público, porque suas aberturas são pensadas e projetadas para deixar apenas uma parte do seio à mostra, garantindo discrição e tranqüilidade para a mãe e qualidade de mamada para o bebê”, explica.

A ideia surgiu quando ela chegou da maternidade com seu primeiro filho e não encontrou as roupas que pensava existir para amamentar. Com uma história marcada pela relação com os tecidos e formada em moda, ela começou o negócio ao perceber que estas peças ainda não existiam no mercado. Hoje, sua empresa, que nasceu junto com seu primeiro filho, tem seis anos.

“O nascimento de um filho é um marco na vida de qualquer mulher. Na minha, Bruno deu outro sentido para a carreira de estilista, Foi assim: por um ano e dois meses amamentei em livre demanda (livre demanda é quando a gente dá o peito toda hora que o anjo pedir...). Aí veio a questão: Não é possível que ninguém tenha pensado numa roupa específica para amamentar”. Conversava com outras mães lactantes e a necessidade era a mesma: parar de mostrar a barriga, expor o colo... ou estragar a gola das blusas. E, principalmente: ficar livre de olhares indiscretos sem precisar se esconder num cantinho”, relembra.

Flavia é uma das mães empreendedoras cujo negócio está voltado para o público materno. Conheça melhor aqui o perfil das mães empreendedoras brasileiras.

Conheça melhor a história da Flavia na entrevista que ela concedeu ao nosso blog e que reproduzimos abaixo, na íntegra.

Flavia faz parte do nosso banco de contatos de mães empreendedoras. Consulte aqui

Ficha da empreendedora
Seu nome: Flávia de Mesquita
Nome e idade do(s) filho(s): Bruno 6 e Tomás 2,6m
Nome da empresa e/ou atividade: Criando gente, roupas para amamentação
Telefone: (11) 97201.7520
e-mail: atendimento@criandogente.com.br
website e/ou blog: www.criandogente.com.br
ENTREVISTA – Flávia de Mesquita – Criando gente

Conte um pouco sobre a sua iniciativa: o que é? Quando começou? Como funciona?
Sou estilista e sempre trabalhei com moda mesmo antes da faculdade. A Criando Gente começou quando cheguei da maternidade com meu primeiro filho nos braços. Fui procurar em lojas e na internet roupas para amamentar. A imagem já estava na minha cabeça, para mim era óbvio que existissem, mas não! Foi então que perguntei pra todas as mães que conhecia como elas faziam pra amamentar em público e pelas respostas vi que ninguém pensava em nós, nutrizes.

Como era seu trabalho antes e como é agora? Você realizou o que queria quando resolveu empreender?
Realizei o que queria com certeza.
Comecei a trabalhar aos 14 anos de idade em lojas de grife, depois me especializei em confecção para casa e decoração, por conta do ramos da minha família. Atendimento diferenciado e personalizado fizeram parte da minha formação e assim continua até hoje. Atendo mães, elas são muito queridas.

Empreender na área de roupas para amamentação aconteceu por uma oportunidade que aliava várias coisas para a nova vida que eu queria ter. Queria ficar perto do meu filho e queria trabalhar com mães, na época a compra  por internet nem era tão comum, mas apostei, via um grande nicho de mercado se formando com as mães internautas e blogueiras cada vez mais parceiras da Criando Gente.

A Criando Gente já fez seis anos de existência e algumas coisas na rotina com as crianças teve que mudar. Hoje tenho uma equipe Criando Gente e uma equipe que me ajuda na casa e com as crianças. Sem a ajuda dessas pessoas eu não conseguiria responder a demanda atual da marca.

Ter o ateliê em casa não quer dizer que trabalho pouco... Trabalho muito! Às vezes até as 20 horas, mas sei tudo o que está acontecendo com minhas crias, se jantaram, se tomaram banho. Quando dá saudade, eles sabem onde me encontrar (o ateliê fica no nosso jardim). Estou sempre disponível para um chamego.

Quais as facilidades e dificuldades de empreender sendo mãe?
A grande facilidade é pertencer ao universo materno, não só faço roupas para amamentação, eu amamentei, amamentei em público e onde fosse preciso. Sei como as modelagens de roupas atuais não favorecem mulheres maduras e/ou no pós-parto. Isso me ajuda muito na hora de desenvolver modelos.

A dificuldade é se desdobrar em 2, 4, 6 pessoas ao mesmo tempo. Administro meu ateliê, os prestadores de serviço e funcionárias da casa, e é claro os filhos! A alimentação deles é balanceada, as indicações de idade dos programas de televisão são vigiadas e, se alguém fica doente, nada de ir para escola! Paro tudo e faço o que deve ser feito. Colo nesse momento ajuda tanto na recuperação.... depois termino o que estava fazendo para a empresa, nem que seja às 22h...

O que é empreendedorismo materno para você?
Empreendedorismo materno para mim é ser mãe e empreendedora ao mesmo tempo. Tudo isso que já falei anteriormente. Pensar em mães como mãe, trazer meus filhos comigo ou não me distanciar deles para trabalhar.

Em sua opinião, por que as mães optam por este formato de trabalho?
Em certas profissões - e por que não dizer quase todas - a demanda de atenção é muito alta e distancia a mãe da cria, deixar um bebê na creche ou mesmo num berçário de luxo por 8 horas diárias é uma decisão que está sendo repensada pelas mulheres e se algumas encontram uma forma de manterem-se ativas, criativas e autossuficientes fora do mercado tradicional não pensam muito. Apostam.

Você acha este fenômeno algo positivo ou negativo para a vida das mulheres?
É algo muito positivo, as mães que ficam mais tempo com seus filhos e trabalhando sentem o desenvolvimento da criança, sabem quando algo está errado com ela e podem atendê-la. É nítida a segurança que essas futuras crianças irão demonstrar em relação a vida e aos outros e isso não tem preço.

É um modo sustentável de conciliar carreira e maternidade?
Teoricamente deveria ser, porém sabemos por estatísticas que a maioria de novos empreendimentos fecham antes de completar um ano. No caso das mães que formam suas empresas na internet e trabalham em casa já economizam muito em aluguel. Isso é uma grande vantagem.  

Que dica daria a quem quer se tornar uma mãe empreendedora?
Antes de empreender fale com pessoas que já abriram seu próprio negócio, fique ciente das leis e dos deveres tributários e se organize.
Recomendo o portal do Sebrae na internet, que dá um direcionamento incrível para a idealização e a prática de novos projetos, ele ajuda inclusive a analisar se a pessoa tem o perfil de um empreendedor.
Posso dar uma dica sobre o que passei trabalhando em casa. Nunca comece a trabalhar de pijama, levante da cama para trabalhar. Disciplina e criação de cronograma de metas, estamos falando de uma empresa! 
Crie bons relacionamentos na internet e principalmente trate seu cliente da melhor maneira possível.

"Somos maiores do que pensamos".



quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Primeiro Curso para Mães Empreendedoras (SP)


O blog Empreendedorismo Materno, em parceria com o Mamusca vai realizar em outubro o Primeiro Curso para Mães Empreededoras. 

O curso tem três módulos e cada um trata de um tema: Planejamento, Comunicação e Networking.

O curso surgiu por visualizarmos estas necessidades no trabalho das mães empreendedoras e como forma de apoiar o trabalho destas profissionais, melhorando suas condições de trabalho e promovendo juntas uma reflexão sobre a importância de se comunicar, de planejar e de tecer redes e parcerias.

Também é intenção do curso oferecer ferramentas para que as mães realizem estas tarefas de comunicar, planejar e trocar entre si.

O curso será realizado nas manhãs dos três primeiros sábados de outubro: 5, 12 e 19.

As inscrições estão abertas no Mamusca.



terça-feira, 24 de setembro de 2013

Nasce a #AMF (AmoMeuFazer), a primeira publicação da Editora Florista - que cultiva "o fazer para ser"

As editoras da publicação, Karine, Gleice e Dani.
A revista é digital e, quinzenalmente, vai trazer entrevistas, imagens exclusivas e vídeos inspiradores com histórias reais de pessoas que decidiram viver fazendo aquilo que amam. A ideia central do projeto é inspirar pelo exemplo, para que cada vez mais pessoas descubram o quanto podem ser transformadas a partir de uma atividade criativa.

A ideia surgiu há alguns meses, quando as editoras do blog A Florista - no ar há três anos - decidiram que era hora de dar formato e site próprio às "flores" (como eram chamadas as histórias inspiradoras que contavam). No Instagram, lançaram a campanha #amomeufazer, um convite para que as pessoas compartilhassem imagens que refletissem o prazer de fazer aquilo que se gosta.
Nesse processo, nasceu a revista e a própria Editora Florista.

A campanha do instagram virou uma revista. E foi natural que o site da nova publicação trouxesse conteúdos com forte carga visual, com ensaios fotográficos e vídeos exclusivos. As mudanças reforçam a busca por contar histórias de forma bela e relevante para um público especial.

Essencialmente focado no público feminino, a curadoria do conteúdo e edição é feita por três profissionais da área de comunicação. A designer Dani Scartezini,
a jornalista e fotógrafa Gleice Bueno e a redatora publicitária Karine Rossi.

"Nós, floristas, vivemos em busca da beleza, do prazer que brota dos processos criativos. Queremos que quem lê a #AMF seja tocado pelas histórias que contamos e encontre um caminho para se realizar a partir de um fazer", explica Daniela, que escreve e é responsável pelo design do site, além de idealizadora do blog A Florista.

Num tempo em que trabalhar apenas naquilo que dá prazer tem se tornado uma meta quase obrigatória (nem sempre fácil de ser atingida), o que às vezes acaba gerando mais angústia, a #AMF quer é mostrar o bonito de tudo aquilo que é feito com sentido.

"Acreditamos que não é a natureza da atividade que define se ela é ou não criativa, mas o processo. O quanto se coloca da alma de quem faz. Qualquer um pode encontrar esse fazer, ainda que não viva profissionalmente dele", ressalta Gleice, que assina os ensaios fotográficos e entrevistas da AmoMeuFazer.

Para Karine, que também é responsável pelas entrevistas da #AMF, a proposta da revista vai além do puro hedonismo, marca dos dias atuais, "porque a gente realmente acredita que inspiração, beleza e alegria fazem bem, curam e devem se espalhar", conclui.

A ideia das criadoras da #AMF é que cada história da revista seja patrocinada por uma marca, que pode oferecer também, em suas próprias redes, conteúdos que unam criatividade, execução e carinho. Em suma, conteúdos relacionados ao Fazer, à Arte, ao Hand-Made, Crafts, a histórias
e ideias inspiradoras.

O projeto, além do site amomeufazer.com.br, tem publicações regulares nas principais redes sociais (twitter.com/amomeufazer, facebook.com/amf e flickr.com/amomeufazer, pinterest.com/amomeufazer,
instagram.com/amomeufazer) prevê também, ainda para este ano,
a publicação de uma versão impressa.

Editora Florista

A Florista é uma editora especializada em histórias e ideias inspiradoras.
Cria e produz conteúdo para marcas e pessoas de forma aliando poética e imagética com eficiênciae adequação para diferentes mídias. É também um selo, que associado a uma marca, produto, instituição, ou publicação, simboliza conteúdos relacionados ao fazer criativo e outras formas
de expressão.

Em 2013, realizou trabalhos para Johnson & Johnson, no lançamento da campanha "Carinho inspira Carinho", conduzida pela Mutato e JWT. As histórias da editoria também foram apresentadas no Blog dos Sentidos da marca Pluii, linha de cosméticos da Droga Raia.

A editora trabalha para marcas essencialmente femininas que buscam propósitos legítimos para conversar com as pessoas. O conteúdo é produzido de maneira cuidadosa e com uma linguagem única, elaborada a partir da pesquisa do público feminino específico de cada marca.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Com o Reiki, Kalu Scrivano concilia missões e paixões

Kalu é terapeuta em Reiki, uma energia de equilíbrio, cura e autoconhecimento que ajuda em doenças físicas, desequilíbrios emocionais, padrões negativos, relacionamentos instáveis e ambientes desarmônicos.

Ela se iniciou no Reiki para poder cuidar da sua filha que tem uma doença crônica há oito anos. “Durante o curso eu já fui percebendo o quanto o Reiki transformaria a minha vida. Aos poucos fui me curando de questões físicas, padrões emocionais arraigados e fui obtendo energia e discernimento pra cuidar da minha pequena”, explica.

A história de Kalu é tocante. Ao lê-la, você entende porque ela afirma categoricamente que existe uma forte conexão entre maternar e empreender. “Sinto que maternar é um grande ato de amor. E que empreender também é. Maternar e empreender são duas paixões... o Reiki é a terceira!”, diz. Para ela, empreender é “uma nova forma de sermos mães”, pois “uma mãe empreendedora consegue se realizar como mãe, mulher e também como um ser que colabora no mundo não apenas através da sua missão como mãe, mas também com outras missões que cada uma tem”.

Ela dá suas dicas para quem quer empreender: “Faça sempre o seu melhor observando suas potencialidades, seus limites, suas qualidades e seus defeitos sem culpa. Seja uma mãe amorosa com você mesmo e sonhe sonhos impossíveis. Mas ao mesmo tempo mantenha seu pé no chão e confie de que o melhor sempre vai acontecer. Tire o medo do seu repertório, ele nos imobiliza. Trabalhe com a cautela e a confiança. Assuma seu sonho, abrace seus filhos e se impulsione pros momentos mais belos de sua vida”.
Leia a íntegra da entrevista de Kalu abaixo.

Ficha da empreendedora
Seu nome: Kalu Scrivano (Carla)
Nome e idade do(s) filho(s): Marília (10 anos)
Nome da empresa e/ou atividade: terapeuta em Reiki
Telefone: 11- 97198-1178 (Vivo) / 11-97627-7052 (Tim)


O que é seu empreendimento? Como funciona?
Sou terapeuta em Reiki há 3 anos e comecei pois minha filha tem uma doença crônica e eu estava cansada de que todos "colocassem a mão nela", menos eu. Ela funciona porque é uma energia que equilibra a sua energia vital e faz com que todo o seu corpo e emoções funcionem no seu melhor. 
Atendo em meu consultório no Butantã e no Itaim (São Paulo), além de hospitais, em domicílio e em alguns Espaços Holísticos eventualmente. Cada sessão dura cerca de uma hora e nela insiro a energia Reiki nos pontos energéticos do corpo. A energia equilibrada entra em contato com a sua energia vital (Chi), equilibrando-a. Reiki faz você estar em seu melhor e assim conseguir transformar sua vida. Ao final de cada sessão converso sobre quais pontos estavam bloqueados, ajudando você a se perceber e a fazer mudanças em sua vida para se manter mais sereno e saudável pelo máximo de tempo. 
Com o Reiki, a saúde da minha filha foi mudando muito. O Reiki diminuía muito as suas dores, foi espaçando as crises, trazendo serenidade e até mesmo uma mudança de atitude nos momentos de maior dificuldade. Atualmente temos uma qualidade de vida impensável há poucos anos. Fui estendendo esse presente que é o Reiki para familiares, amigos, vizinhos e quando vi já estava atendendo bastante, inicialmente sem cobrar. Aos poucos o tempo livre que eu tinha já não permitia que eu atendesse a demanda de pessoas que eu gostaria e decidi começar a cobrar e ir migrando aos pouquinhos pra trabalhar somente com essa terapia. Fiz os cursos de Reiki nível II e III do sistema tradicional e também estudei um pouco a técnica japonesa. Meu próximo passo será fazer o mestrado, que me permitirá iniciar outras pessoas, sintonizando-as com a energia Reiki para que possam aplicar em si e em outras pessoas. Ser uma terapeuta me permite auxiliar as pessoas a se encontrarem através do equilíbrio gerado pelo Reiki e terem forças e discernimento pra seguirem seus caminhos mais em contato com sua essência e menos influenciados pelos fatores externos. Também é graças ao Reiki que consigo ter momentos importantes com a minha filha, flexibilidade de horários e maternar de uma forma tão intensa e profunda que nem é possível de ser transmitido em uma mensagem. E como o Reiki é um grande presente para a nossa vida, venho nos últimos tempos me dedicando a divulgar essa energia tão simples e incrível: escrevo para a mídia, dou palestras e faço conversas (chá com Reiki), dou entrevistas e mantenho uma página no Facebook (Divulgando o Reiki) com o intuito de que mais pessoas recebam também esse benefício. Meu intuito aqui também é o de divulgar essa terapia, que foi tão transformadora pra mim e pra minha filha e que pode mudar também a vida de muitas outras mulheres e suas famílias. 

Como era seu trabalho antes e como é agora? Você realizou o que queria quando resolveu empreender?
Antes eu trabalhava como autora de livros didáticos de ciências (sou bióloga) e formadora de professores. O empreendedorismo começou na minha vida há 5 anos, quando larguei um emprego fixo em uma ONG como auxiliar pedagógica para trabalhar como autônoma no ensino de biologia e ciências. Embora eu fosse antes autónoma, não me considerava empreendedora, pois trabalhava para quem pagasse, quase 18 horas por dia no computador, ou muitos momentos fora de casa. Acredito que o trabalho como terapeuta é que me permite ser uma mãe empreendedora, pois realmente estou fazendo algo do meu jeito, dentro dos meus horários e com o amor e a forma de algo que eu acredito. E desta forma consigo aliar o trabalho e o estar com qualidade com a minha filha. 

Quais as facilidades e dificuldades de empreender sendo mãe?
Acho mais difícil empreender sendo mãe. Principalmente no meu caso, pois minha filha tem uma doença crônica que requer cuidados diversos para viver com uma excelente qualidade de vida. Ter que correr atrás, estudar para aprofundar os atendimentos, cuidar da agenda dos atendimentos, divulgar, atender... tudo isso com a quantidade de coisas que a maternagem traz realmente é mais difícil do que fazer tudo isso sem um filho ou até mesmo trabalhar para uma empresa onde há uma estrutura para fazer as outras coisas. Mas ao mesmo tempo não me imagino mais fazendo outra coisa... Maternar e empreender são duas paixões... o Reiki é a terceira! 

Qual o lado bom e o lado ruim?
Lados bons são muitos: acho incrível poder estar mais perto da minha filha, fazer lição, acompanhar na escola, levar e trazer. Fora que minha filha se sente cuidando também dos outros quando me ajuda a ir atender. E ela aos poucos está entendendo que há momentos em que é mais possível fazer algumas coisas e outros não tanto. Parece que a criança fica mais parceira do que aquela que só vê os pais chegarem de noite. O lado ruim é a instabilidade financeira e o excesso de responsabilidades. Principalmente como no meu caso em que sou separada e tenho que cuidar de uma criança com uma doença crônica... nem sempre posso atender todos os pacientes, há os períodos mais intensos de cuidados com ela, exames, internação... e como empreendedora não tenho direito a licenças remuneradas... e às vezes sonho com alguém tomando as decisões ou levando a cabo pequenas tarefas que me desviam de outras coisas que gostaria de fazer. 

O que é empreendedorismo materno para você?
Uma nova forma de sermos mães. Uma mãe empreendedora consegue se realizar como mãe, mulher e também como um ser que colabora no mundo não apenas através da sua missão como mãe, mas também com outras missões que cada uma tem. 

Em sua opinião, por que as mães optam por este formato de trabalho?
Ser mãe é algo muito forte em nossa natureza. Quando geramos e parimos temos contato muito íntimo com algo maior do que nós, nossa ancestralidade, nosso poder pessoal feminino, nossa força guia. Aos poucos a sociedade moderna nos tira muito disso e o empreendedorismo é uma via que nos permite ser mãe de uma forma mais profunda sem deixar de nos realizar profissionalmente. 

Você acha este fenômeno algo positivo ou negativo para a vida das mulheres?
Acho positivo no sentido que continuamos conectadas com nosso Sagrado Feminino, mas ao mesmo tempo podemos fazer isso sem abandonar outras possíveis missões na Terra. A amorosidade feminina precisa estar dentro do mercado de trabalho e quando somos mães empreendedoras fica mais fácil não assumir apenas nosso lado masculino. 

É um modo sustentável de conciliar carreira e maternidade?
Claro! Sustentável é a palavra correta. Em todos os sentidos... 

Que dica daria a quem quer se tornar uma mãe empreendedora?
Faça sempre o seu melhor observando suas potencialidades, seus limites, suas qualidades e seus defeitos sem culpa. Seja uma mãe amorosa com você mesmo e sonhe sonhos impossíveis. Mas ao mesmo tempo mantenha seu pé no chão e confie de que o melhor sempre vai acontecer. Tire o medo do seu repertório, ele nos imobiliza. Trabalhe com a cautela e a confiança. Assuma seu sonho, abrace seus filhos e se impulsione pros momentos mais belos de sua vida. 




quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Mais de 50% das profissionais deixam trabalho após terem filhos

Da Folha de São Paulo. Original aqui.

Uma pesquisa da companhia de recrutamento Catho indicou que 53% das profissionais que têm filhos deixam o mercado de trabalho para se dedicar à criança. Destas, 18,6% não voltam ao mercado de trabalho.
Um quarto das profissionais (25,8%) leva entre um a dois anos para retomar a vida corporativa. "O que percebemos é que mulheres de classe social mais baixa colocam na ponta de lápis os custos para criação dos filhos, e algumas preferem ficar em casa a pagar uma babá", afirma a diretora de recursos humanos da Catho, Telma Souza.
Segundo ela, as mulheres de classe alta também acabam deixando o mercado de trabalho, mas por outros motivos. "Elas demoram mais para ter filhos e encaram a maternidade como algo muito importante, então querem se dedicar a isso com toda energia", diz.
Já as profissionais de classe média tendem a conciliar a carreira e a maternidade. "Elas às vezes saem do mercado, mas voltam mais rápido", afirma.
De acordo com Telma, a demora para retornar ao mercado deve-se a duas coisas: o tempo de recolocação e a idade das crianças. "A maior parte das mulheres se condiciona a ficar com o filho até o primeiro ano, que é quando a criança começa a ter mais autossuficiência. Quando ela volta, além do tempo de recolocação ser maior do que o dos homens, assume o ônus de retornar com salários mais baixos do que os anteriores", explica.
Tim Sloan - 5.ago.10/AFP
Mais de um quarto das mães leva entre um e dois anos para voltar ao mercado
Mais de um quarto das mães leva entre um e dois anos para voltar ao mercado
Segundo a pesquisa, o tempo de recolocação das mulheres é de cerca de seis meses, enquanto os homens demoram cerca de cinco para conseguir um novo emprego.
O levantamento ouviu 53,6 mil profissionais de 1.677 cidades do país, entre fevereiro e março deste ano.
MULHERES NA LIDERANÇA
As mulheres brasileiras aumentaram sua participação em cargos de liderança nas empresas, mas ainda ocupam menos essas altas posições. Elas representam 45% da força de trabalho do país, mas ocupam apenas 7,9% dos cargos de diretoria, 7,7% dos postos em conselhos de administração e 3,5% das posições presidente-executivo.
Em cargos de gerente, houve crescimento de 72% na participação feminina entre 2002 e 2013 --ainda assim, as mulheres representam apenas 38,25% do total. Nos postos de coordenação, a participação feminina aumentou 61%.
As áreas de destaque na participação feminina são: recursos humanos, educação, administração, relações públicas e medicina.
ESTUDO
A pesquisa mostrou que as mulheres têm, em média, um ano a mais de estudos em comparação ao sexo masculino -- 9,2 contra 8,2 anos, respectivamente.
50,8% das mulheres que responderam a pesquisa têm formação completa no curso superior, enquanto apenas 47,1% dos homens tem graduação completa. Elas também saem na frente na pós-graduação, com 14,6% contra 12,4% do gênero masculino.
Já na fluência de línguas estrangeiras, os homens estão na frente. 33,1% dos homens falam inglês fluente, enquanto 28,1% das mulheres tem a mesma facilidade. No espanhol, são 15,2% dos homens frente a 12,7% das mulheres.
TRABALHO X VIDA PESSOAL
A preocupação com a família faz com que as mulheres sejam mais conservadoras na hora de aceitar mudanças na sua vida profissional.
Enquanto apenas 7,2% dos homens não aceitariam mudar de estado sob nenhuma condição, 15,7% das mulheres negariam a proposta. O mesmo acontece quanto às mudanças de país: 24% das entrevistadas não aceitariam a realocação de jeito nenhum, enquanto apenas 14% dos entrevistados declinariam a troca.
A diferença também é grande em relação a cargos que só permitam passar os finais de semana em casa. Enquanto 80,6% dos homens aceitariam o posto, apenas 68,4% das mulheres fariam o mesmo.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Pesquisa revela perfil de mães empreendedoras

Um levantamento inédito realizado pelo blog Empreendedorismo Materno buscou traçar o perfil das mães empreendedoras do Brasil. "O objetivo é conhecer melhor estas mulheres para pensar em soluções coletivas, buscar parcerias e apoios para nosso trabalho, pensar em possibilidades de ação conjunta, entre outras coisas", explica Michelle Prazeres, editora do blog e idealizadora da investigação.

O levantamento constatou que o desejo pela maior flexibilidade de tempo é a grande motivação das mães que resolvem empreender (27%), seja abandonando uma carreira promissora, seja deixando um trabalho com o qual estava insatisfeita. A pesquisa ouviu 42 mães de todo Brasil. “O número da amostra é baixo, pois se estima que existem cinco milhões de mães empreendedoras em todo país, mas de todo modo, como pesquisa amostral, ela serve para nos indicar perfis e tendências deste grupo, que é muito peculiar”, afirma Michelle.

Outras tendências e características apontadas pelo levantamento são:

- 80% tinha um trabalho formal antes de empreender.
- 41% tomou a decisão de empreender durante a licença maternidade.
- 27% empreenderam para ter mais flexibilidade de tempo.
- A maioria delas (46%) é empreendedora há menos de 2 anos.
- A maior parte delas tem um negócio formal (44%).
- O lado bom de empreender é a flexibilidade de tempo; a possibilidade de acompanhar o desenvolvimento e a vida dos filhos; e a autonomia de trabalho (93%).
- O lado ruim é a indefinição financeira (37%).
- 83% afirmam ser realizadas profissionalmente.
- A maior parte (24%) sente falta de planejar seu negócio e de pessoas para compartilhar (20%).
- A maioria trabalha com comércio de produtos (39%).
- 44% consideram as parcerias um incentivo fundamental para seu trabalho.
- 83% são empreendedoras individuais.

E você? É mãe empreendedora e se encaixa neste perfil? Ainda não empreendeu e a pesquisa serviu de inspiração?  Deixe seu comentário pra nós!

* A pesquisa segue em aberto para novas colaborações e será reeditada a cada três meses. O formulário pode ser respondido online aqui.
* Se quiser receber os dados completos, escreva para empreendedorismomaterno@gmail.com


terça-feira, 6 de agosto de 2013

Isabela Queirolo driblou muitos obstáculos para empreender

Isabela Queirolo compartilha conosco a sua história de sucesso que não chegou com facilidade. De família tradicional, ela enfrentou um primeiro obstáculo quando engravidou sem planejar. Casou-se em menos de dois meses. Depois que a filha Ana Belly nasceu, enfrentou os problemas de um mercado de trabalho que ainda (em pleno século XXI não reconhece os direitos relacionados à maternidade). Foi demitida assim que ganhou a bebê. Quando resolveu empreender, precisou convencer seu marido de que seu negócio daria certo.

Com o apoio fundamental de uma prima, ela investiu na carreira de promotora de vendas da marca de cosméticos Mary Kay. E hoje, dois anos depois, é feliz e estabelecida em sua nova carreira.

Ela conta que trabalha apenas alguns dias no mês e ganha uma renda maior do que quando trabalhava em horário comercial e, ao mesmo tempo, tem a satisfação de poder ter acompanhado todos os momentos da vida de sua pequena.

Na entrevista que concedeu a nosso blog, ela dá dicas a outras mães e define o que é empreendedorismo materno para ela: “é poder priorizar a família e mesmo assim trabalhar e ter uma renda. É ter horários flexíveis e estar presente em todos os momentos importantes dos filhos. É ser mãe integralmente, não precisando de avós e vizinhas pra ajudar. É ser feliz trabalhando, pois ser a própria chefe não tem explicação, nem preço. É fazer minha rotina e minha agenda conforme minhas atividades de mamãe!”.

Leia o depoimento de Isabela abaixo.

Ficha da empreendedora
Seu nome: Isabela Queirolo
Nome e idade do(s) filho(s): Ana Belly
Nome da empresa e/ou atividade: Diretora de Vendas Independente Mary Kay
Telefone: (41) 8449-9488 | 3039-5490


Em 2010, exatamente fevereiro, descobri minha gravidez (não planejada). Estava namorando há 2 anos, terminando minha faculdade de Comunicação Social - Relações Públicas, estagiando numa multinacional e com planos a mil! Foi uma surpresa muito grande... De uma família tradicional, essa gravidez no namoro foi uma bomba. Em questão de dois meses eu me casei!
Continuei cursando a faculdade e estagiando, porém já tinha sido avisada que assim que a bebê nascesse, eu seria demitida (não existe lei contra isso :/). Então em novembro minha princesa nasceu e eu fui demitida. A situação ficou muito difícil, meu esposo não tinha um salário compatível com nossas necessidades e todos os meses tínhamos que pedir ajuda aos nossos pais (o que me entristecia profundamente).
Quando ela completou três meses (fevereiro/2011), eu estava desesperada, meu marido me cobrando emprego e eu orando constantemente pedindo a Deus uma oportunidade de renda que eu pudesse cuidar da minha bebê de pertinho, trabalhar em casa, amamenta-la até pelo menos 1 ano, etc
Havia pensando em fazer bombons, tricô, artesanato, mas nada me animava, pois não tenho a mínima estrutura e capacitação pra isso!
Então uma prima minha havia iniciado um negócio próprio como Consultora de Beleza Mary Kay e sentiu no coração de me oferecer a oportunidade de empreender como ela. Amei a filosofia da empresa (1º Deus, 2º Família, 3º Carreira), a forma de trabalho (Sessões de beleza), o plano de carreira (Ser diretora sem precisar de indicação, estudo ou tempo de empresa) e principalmente os ganhos e horários flexíveis.
Cheguei em casa muito animada, expliquei tudo ao meu esposo que de cara lançou um: “Não! Você está louca... Jogar a faculdade no lixo desse jeito. Esses negócios são furada, você vai se afundar em divida, bla bla bla...”.
Chorei muuuito em minhas orações e entreguei nas mãos de Deus. Passou uma semana e meu coração ardia cada vez mais com a vontade de iniciar. Mas eu não tinha nenhuma condição financeira, porém o anjo da minha prima decidiu me ajudar. Com o cartão de crédito dela e muita fé eu iniciei minha vida de mãe empreendedora. Durante 10 meses eu trabalhava somente aos sábados. De segunda a sexta ficava com a Ana Belly em casa e fazendo contatos, e sábado saía pra atender minhas clientes enquanto meu esposo cuidava dela. E quando ela completou 1 ano e 6 meses a coloquei na escolinha para buscar mais de mim na carreira Mary Kay. E dediquei os últimos 8 meses a formar minha equipe e me tornar Diretora de Vendas. A Ana vai pra escolinha três vezes por semana, porque dois dias ela sempre fica comigo.

O que mais amo em ser empreendedora é poder ser mãe por inteiro, levar e buscar a Ana na escola, levá-la ao médico e ficar com ela o tempo necessário pra ela melhorar; é ter visto todas as etapas de crescimento dela de pertinho, como as primeiras palavras, os primeiros passos, a primeira papinha... Pode parecer esquisito, mas o que mais me deixa feliz é levar minha pequena no médico e quando perguntam: você precisa de atestado? Eu dizer: não! Pois não preciso provar a ninguém que minha filha precisou de mim, e não preciso medir quantos dias posso ficar com ela até melhorar!!!

Não vejo lado ruim quando sabemos administrar nosso tempo e priorizar as atividades. E como meu trabalho permite levar minha filha junto, não tenho nenhum problema com isso. Posso cuidar dela e atender minha cliente ao mesmo tempo :)

Já conquistei muitos sonhos, os quais haviam sido abandonados lá na gravidez, como minha casa própria, bens materiais e em breve um carro! Tudo por conta dos ganhos ilimitados que Mary Kay me proporciona!

Empreendedorismo materno pra mim é poder priorizar a família e mesmo assim trabalhar e ter uma renda. É ter horários flexíveis e estar presente em todos os momentos importantes dos filhos. É ser mãe integralmente, não precisando de avós e vizinhas pra ajudar. É ser feliz trabalhando, pois ser a própria chefe não tem explicação, nem preço. É fazer minha rotina e minha agenda conforme minhas atividades de mamãe!

Acredito que muitas mães estão optando por empreender justamente pelo fato de poder criar seus filhos de perto. E descobrem que se souberem administrar seu negócio e seu tempo, podem ganhar muito mais que num emprego fixo. Podendo sim conciliar vida profissional com maternidade!

A dica que dou a uma mãe que pretende empreender é analisar o que gosta de fazer e como é o mercado na área. Não adianta iniciar um negócio sem gostar do tipo de trabalho ou sem saber informações necessárias do ramo.

Além disso, planejar desde sempre o tempo que será dedicado. Pois num negócio próprio quanto mais nos dedicamos, mais ganhamos. Por isso, é importante planejar todas as horas do dia. Eu já trabalhei após as 23h, pois durante o dia todo cuidei da bebê doentinha. Mas não reclamei ou murmurei, pois foi minha escolha.

Uma mãe que deseja iniciar uma vida de empresária precisa saber que vai trabalhar mais do que o normal, que vai dormir pouco, que não terá horário pra iniciar ou terminar seu trabalho e que tudo é brincadeira. Seus relatórios estarão em meio a brinquedos, e no meio de uma conferência sua filha vai chorar ou pedir pra fazer cocô [risos]. Mas essa é a melhor sensação do mundo, pois seus filhos estarão ali do seu lado, próximo ao seus olhos e qualquer coisa, é vc que vai socorrer!

Eu amo ser uma mãe empreendedora e nesses dois anos não me imagino batendo cartão, pedindo a vizinha pra buscar a Ana na escola ou a avó pra leva-la ao médico. E além disso, nunca fui tão bem remunerada como estou sendo agora :)