O que é?

É possível conciliar a maternidade ativa e os legados do feminismo? Para algumas pessoas, estas são duas ideias ou visões distintas e incompatíveis. No entanto, algumas mães conseguem uni-las em um fenômeno que chamamos de empreendedorismo materno.

O empreendedorismo materno é um fenômeno recente. Está mais avançado nos EUA e em países da Europa do que no Brasil, embora, nem sempre chamado deste jeito, seja já um fenômeno fácil de se perceber por aqui.

Calcula-se que mais de 10,4 brasileiras tocam seus próprios negócios e que atualmente, cerca de 65% das mulheres retorna ao mercado de trabalho imediatamente após a licença maternidade. Desse total, 15% se dedica a outras funções e à criação de novas fontes de renda. As "empreendedoras maternas" têm um perfil: são jovens entre 28 e 33 anos, antenadas e interessadas em moda e novidades.

Veja o resultado de uma pesquisa feita pelo nosso blog para conhecer melhor as mães empreendedoras do Brasil.

O empreendedorismo materno é um fenômeno complexo, mas, grosso modo, poderíamos dizer que abrange estas mudanças no eixo profissional das mães, provocadas pela maternidade ou deflagradas a partir dela. A mãe empreendedora pode exercer uma nova atividade ou voltar ao seu antigo trabalho, mas buscando novas formas e um novo volume de dedicação.

Nesse sentido, podemos dizer que ele é impulsionado pelo desejo das mães de estar mais tempo ao lado dos seus filhos e de encontrar novas opções para a carreira profissional. Também são "motores" do empreendedorismo materno (em um sentido mais social-histórico) a flexibilização do trabalho e o surgimento da categoria "empreendedores"; o advento das novas tecnologias e mídias sociais, que permitem que se trabalhe a distância e em escritórios domésticos; a maternidade ativa e a criação com apego; e, claro, os legados e conquistas históricas do feminismo.

É importante dizer também que o empreendedorismo materno termina sendo uma opção individual das mulheres, muitas vezes porque o mercado de trabalho e a política no nosso país não são avançados no que diz respeito aos direitos da mulher e mãe e da família (dos pais também!). No entanto, acreditamos que, também em rede, podemos estar  juntas, lutando para que esta realidade mude e que, um dia, tenhamos o direito de estar com nossos filhos respeitado por leis e salvaguardado por políticas que reconheçam a necessidade de estarmos com eles e nos fazermos mais presentes em especial nos primeiros anos de vida.

Leia aqui entrevista de Daniela Buono, da Cia das Mães (site precursor do EM no Brasil), em que ela fala sobre o fenômeno no país.  

Nossa intenção com este blog é justamente explorar todas as vertentes deste fenômeno, tentando entender o que é o EM e como podemos nos apoiar mutuamente (entre mães empreendedoras), trocando informações e modos de fazer e buscando mais visibilidade e reconhecimento para nossas iniciativas.

A idéia não é inventar a roda - afinal de contas, já existem muitas mães empreendendo por aí -, mas sim criar um espaço aberto, para discutirmos o tema e reunirmos boas histórias. 
Se você se interessa pelo tema, entre em contato e seja uma colaboradora do blog.

* Com informações do Portal Exame, do Portal Terra e do site Cia das mães