segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Ser mãe, trabalhar e etc
Post de Daniela Scartezini no blog A Florista
Desde que meu filho nasceu, há apenas 4 meses atrás, que eu penso todos os dias sobre essa história de ser mãe e trabalhar. É uma delícia ser mãe e também é trabalhar. Acredito que ninguém deva ser “apenas mãe.” É importante ter um fazer, produzir, manter-se criativa, enfim. Mais importante ainda, é atender ao desejo de trabalhar. Agora, ele já com 4 meses, me pego surpresa com a vontade enorme que tenho sentido de voltar ao meu fazer, de ganhar meu dinheiro, de criar. A questão é como conciliar tudo, ainda mais quando os filhos ainda são tão pequenos. É claro que é possível, mas qual a melhor forma, de que jeito? E sinto que não há regras. Cada uma deve encontrar a melhor para si. Babá, berçário, deixar com a vó, mãe, enfim. O importante é sentir-se realizada com o fazer de mãe e o seu fazer, profissional.
Eu, por aqui, me redescobrindo, noto que há muito que sigo e admiro blogs de mães que trabalham em casa, conciliando o trabalho e os filhos. Apesar de adorar “sair para trabalhar” também, percebo que essa é uma possibilidade que me encanta muito e talvez se faça necessária por um tempo.
Compartilho com vocês alguns blogs incríveis dessas mães fazedoras, criativas e trabalhadeiras. Leiam os perfis delas e vão entender o que estou falando. Não é que elas conseguem? :)
http://www.geninne.com/
http://sarahjanestudios.com/blog/
http://mermag.blogspot.com.br/
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Encontro aborda importância do planejamento estratégico para os empreendimentos maternos
No próximo dia 27 de outubro, será realizado
em São Paulo o terceiro encontro de empreendedorismo materno. O primeiro
aconteceu em maio e o segundo em julho. A terceira edição do evento acontece a
partir das 14h no Espaço Nascente. “O primeiro encontro serviu para formar uma rede de mães empreendedoras e que desejam
empreender. No segundo, falamos sobre a importância de conhecer e honrar nossos valores nas
tomadas de decisão profissionais. No terceiro, abordaremos a importância do
planejamento estratégico para os negócios maternos. Nossa ideia é realizar uma
série de encontros com temas de interesse destas mães, para elas se ajudarem e
para conhecerem alguns aspectos importantes de empreender”, explica Michelle
Prazeres, do blog Empreendedorismo Materno e organizadora do evento.
Tema: A importância do
Planejamento Estratégico para os negócios maternos.
As inscrições devem ser feitas até o dia 26/10. Veja instruções abaixo.
No terceiro encontro, as mães contarão com
dicas de como fazer um planejamento estratégico, que passos devem ser dados e a
importância de ter um plano de negócios para que o empreendimento seja bem
sucedido.
Para Priscila Castanho, da Abraço Materno, também organizadora do evento, os encontros são fundamentais para que
as mães se sintam apoiadas. “Esta rede é fundamental para que nos sintamos
fortes, afinal de contas não é fácil ser mãe, esposa, mulher e ainda ser bem
sucedidas em nossos empreendimentos”, diz. Ela afirma que os encontros além de
apoio emocional e dicas concretas, trazem possibilidades de networking. “As
mães conhecem os trabalhos umas das outras e passam a se indicar e se contratar
mutuamente. Formamos uma espécie de confraria”, diz.
O encontro tem duas horas de duração, a
inscrição custa R$ 20 e pode ser feita no Espaço Nascente.
III Encontro de
Empreendedorismo Materno
Com: Michelle Prazeres,
jornalista, consultora em comunicação e planejamento estratégico e editora do
blog Empreendedorismo Materno.
Investimento: R$ 20.
Inscrições e
informações: espaconascente@gmail.com / (11)
2548-6383
- Traga seu filho, mas lembre-se de trazer um(a) cuidador(a)! O espaço
tem lugares adequados para eles se divertirem enquanto nos reunimos.
- Espaço Nascente: Rua Grajaú, 599 - Próximo ao metrô Sumaré.
Realização:
Apoio: Espaço Nascente e Adorável design
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Carolina aliou a mudança aos aprendizados anteriores e criou a Mil & Uma Design
Carolina Furtado é publicitária, e a onda criativa da maternidade a fez
conciliar a mudança com um conhecimento adquirido previamente. Durante a
licença, ela se especializou em design gráfico e criou a Mil & Uma Design. Começou personalizando
festas infantis e agora seu foco está na área de criação de identidade visual e
peças de comunicação para autônomos e pequenos empresários.
Leia mais sobre a história da Carol na
entrevista que ela concedeu ao nosso blog.
FICHA DA MÃE
EMPREENDEDORA
Nome: Carolina Rodrigues Alves Rezende Furtado
Nome e idade do(s)
filho(s): Tomás 01 ano e 09 meses
Nome da empresa
e/ou atividade: Mil & Uma Design
E-mail: carolinar@gmail.com
Website e/ou blog: www.mileumadesign.com.br
Blog EM: Conte um
pouco sobre a sua iniciativa: o que é? Como funciona?
Carol: Com a chegada do meu filho, decidi que era
hora de mudar também no campo profissional e buscar uma alternativa que me
permitisse acompanhar o crescimento dele mais de perto e assim nasceu a
Mil & Uma Design.
Sou publicitária, sempre trabalhei e gostei da
área de comunicação. E foi assim que, durante a licença maternidade,
me especializei em Design Gráfico e agora estou estudando Web Design. Dessa
maneira, pude conciliar os conhecimentos adquiridos ao longo de anos
trabalhando na iniciativa privada com habilidades técnicas que me permitem
desenvolver o trabalho de forma mais completa.
Comecei fazendo personalização para festa
infantil e isso me colocou em contato com tantas outras mães que, assim como
eu, enxergaram na maternidade a chance de mudar. Nesse momento, percebi uma
oportunidade, pois vi que muitas delas começam o seu negócio, mas não tem
conhecimento e nem orçamento para arcar com os custos de uma agência de
publicidade para desenvolver uma logomarca, um cartão de visita, um folder...
Foi ai que eu vi que eu poderia ser útil. Hoje não faço mais personalização de
festas para poder focar com exclusividade nessa área de criação de identidade
visual e peças de comunicação para autônomos e pequenos empresários.
Como era seu
trabalho antes e como é agora? Você realizou o que queriaquando resolveu
empreender?
A principal diferença que eu sinto é a
flexibilidade, que antes eu não tinha e agora eu tenho justamente por trabalhar
em casa. Faço meu horário de acordo com a rotina do meu filho. Posso levá-lo ao
parquinho, andar de bicicleta, sentar no chão da sala e brincar de massinha sem
preocupação, pois sei que quando ele estiver dormindo poderei fazer os
trabalhos pendentes. E sei que é um grande privilégio poder viver esses
momentos.
Quais as
facilidades e dificuldades de empreender sendo mãe?
No meu caso a facilidade é saber que tenho o
apoio da minha família nesse projeto, pois todos entendem que, ao abrir mão do
meu trabalho, eu fiz uma escolha pensando no bem do Tomás. E que como toda
escolha tem seu lado bom e ruim, saber que tenho o suporte da minha família me
ajuda muito.
Em termos de dificuldade penso que o cansaço
de conciliar a rotina da criança e todos os cuidados em torno dela com as
demandas de trabalho.
Qual o lado bom e o
lado ruim?
O lado bom sem dúvida é estar junto do meu
filho. Quando fiz essa escolha optei também por não ter babá, eu queria
fazer tudo. Poder levá-lo na aula de natação, ver a alegria dele na primeira
vez que o coloquei para brincar em uma gangorra, estar presente pra dar aquele
abraço quando ele cai e se machuca...
O lado ruim pra mim foi a diminuição da renda.
Hoje, em um mês de muito trabalho, ganho 1/3 do que ganhava no meu trabalho
anterior. Abrir mão do conforto de poder comprar sem ter que pedir ajuda pra
ninguém ainda é uma questão difícil pra mim.
O que é empreendedorismo
materno para você?
É a vontade das mães de buscar o equilíbrio.
Vejo que estamos vivendo um momento onde as mulheres querem ser diferentes
daquela geração criada para casar e ter filhos, mas também estão repensando se
vale a pena abrir mão da família em prol de um emprego ou um cargo em uma
grande empresa. E isso é muito bacana, mas também muito difícil! Mas acho que é
o caminho. O emprego dos sonhos, aquele cargo gerencial passam... trabalhei por
muitos anos em uma empresa que hoje nem existe mais! O que eu aprendi é
que o que fica mesmo é o relacionamento que criamos com as pessoas,
com a nossa família, com os nossos filhos. Isso sim é pra sempre.
Em sua opinião, por
que as mães optam por este formato de trabalho?
Justamente para poder viver o seu lado mãe sem
culpa, de maneira inteira e completa.
Você acha este
fenômeno algo positivo ou negativo para a vida dasmulheres?
Sem dúvida é muito positivo.
É um modo
sustentável de conciliar carreira e maternidade?
Acredito que sim
Que dica daria a
quem quer se tornar uma mãe empreendedora?
Primeiro é pensar muito bem na sua escolha,
conversar com a sua família, com o seu companheiro, com outras mães
empreendedoras. Pense sempre que tudo em seu lado bom e ruim e amadureça a
ideia de como você vai lidar com o lado ruim. Estando tudo isso
muito claro dentro de você, fica mais fácil. Porque, é fato, tem dia que você
vai se questionar, vai pensar se tomou a decisão certa.
Outra dica: busque desenvolver uma atividade
que goste e que já tenha alguma habilidade. Com certeza começar algo que já tem
conhecimento ou vivência é mais fácil do que partir do zero.
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Pílulas de Gutman
Um registro informal do encontro com Laura Gutman em São Paulo. Por
Michelle Prazeres.
Estou ciente de que resumir toda riqueza da fala de La Gutman é um equívoco,
mas diante do pedido de tanta gente para socializar minhas anotações do
seminário de ontem, dia 2, em São Paulo, fiz este post. As anotações completas
renderam 18 páginas, então, pensei em jogar aqui alguns pensamentos-chave.
A discussão tem tudo a ver com as reflexões que nós mães empreendedoras, vivemos cotidianamente. Afinal, o debate que gira em torno do empreendedorismo materno
tem relação íntima com as alternativas que nós, mães, encontramos para estarmos
mais presentes nas vidas de nossos filhos e nos reencontrarmos
profissionalmente (Laura falou muito da maternidade como crise vital e do
autoconhecimento como possibilidade de emancipação e encontro com o ser
essencial que temos dentro de nós).
Mais do que de nossos filhos, Laura falou das nossas infâncias e nos
fez buscar memórias muito pessoais. A provocação da autora é: conhecendo a
nossa biografia, podemos nos entender, entender como nos relacionamos com os
outros e o que tendemos a projetar em momento de crise, como a maternidade.
Laura fala desde o lugar da civilização patriarcal, e nos provoca a ver
que todos estamos imersos em valores desta civilização. Ela explica que uma
civilização precisa de guerreiros para se perpetuar. E conta como somos, desde
bebês, violentados, para seguir reproduzindo os valores desta civilização. Nesse sentido, ela
afirma que “todos nascemos com uma infinita capacidade de amar”, mas que esta
capacidade e a sensibilidade vão nos sendo mutiladas ao longo da vida e desde
os primeiros momentos dela, já no parto.
Seguem as pílulas.
Quem quiser o registro completo (sem edições, pode ficar com alguns
trechos incompreensíveis para quem não esteve presente...) pode escrever para empreendedorismomaterno@gmail.com
Sobre patriarcado e parto
“Uma mulher reprimida, separada de suas próprias sensações, vai
permitir que seu parto seja massificado, anestesiado, medicado, porque seu
corpo não é seu”.
“Se parimos em cativeiro, o que queremos é escapar. Porque a cria que
ali está é que nos causou tanto dano”.
“O parto conectado é o contrário do controle”.
Sobre o poder do discurso
materno
“A consciência se organiza a partir das palavras que nos nomeiam”.
“Fica incorporado o personagem que me é nomeado. E vai ficar na sombra
tudo que acontece dentro de mim, o que sou, minhas virtudes e capacidades, que
ninguém viu, porque desde que nasci, o que eu pedia era interpretado desde a
lente da minha mãe”.
“A distância, o abismo entre o ser essencial e o personagem que jogamos
na vida vai ser cada vez maior”.
“O personagem é a maneira que encontramos que sobreviver ao desamparo,
de sermos vistos pela nossa mãe”.
Maternidade, crise vital
“Qualquer mudança que quisermos fazer na vida, temos que sair das
nossas interpretações e entrar em contato com a dimensão do nosso desamparo,
medo, métodos de sobrevivência. Tudo isso são personagens que usamos para
sobreviver e nos mantém em uma mentira geral”.
“A maternidade e a paternidade são crises vitais, em que os personagens
se desmantelam”.
“Pedimos ajuda quando nosso personagem não está em condições de
sustentar a nossa vida. Por isso a maternidade é crise”.
Mudança interior e sociedade
“Estamos numa sociedade patriarcal. Mas as mudanças reais são íntimas,
emocionais, cotidianas, dentro de casa”.
“Estamos tão fora das nossos pulsos vitais, que podemos seguir qualquer
caminho”.
“O mínimo é reconhecer como é difícil estar disponíveis para os outros.
Temos um corpo e pessoas grandes, mas somos crianças pedindo atenção”.
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