Carla e sua família |
Conheça um pouco mais sobre o espaço Bem Gerar
e sobre a história de Carla na entrevista que ela concedeu ao nosso blog.
Ficha da empreendedora
Seu nome: Carla Cristina Costa Arruda
Nome e idade do(s) filho(s): Henrique 3 anos e Heloísa (Lilô) 9 meses
Nome da empresa e/ou atividade: Bem Gerar
Telefone: (15) 9707-4707 begin_of_the_skype_highlighting (15) 9707-4707 end_of_the_skype_highlighting
e-mail: carla.arruda@gmail.com
website e/ou blog: www.bemgerar.com
Breve descrição do empreendimento
Bem Gerar é um sonho que é gestado desde 2007. Hoje, inaugurando em
novembro de 2012, materializou-se em um espaço destinado a gestantes e mães,
com atendimentos diversos nas áreas de saúde, bem-estar e também humanização do
parto. Toda a equipe é formada por mães que tiveram que refazer a carreira
com a maternidade, oferecendo: acupuntura, estética, doula,
enfermagem-parteira, fisioterapia pós-parto, yoga, pilates, cursos de
preparação para maternidade, fotografia e mais. É um espaço onde as
gestantes e mães com filhos pequenos se sentem em casa. Enquanto a mãe é
atendida, há espaço para os bebês serem cuidados e as crianças brincarem. Além
disso, há produtos diversos à venda, como slings, roupas, acessórios.
Um pouco sobre Carla
Eu sou natural de São Paulo de uma família de três irmãos de pais jovens
e empreendedores, que me estimularam sempre a estudar e empreender. Sempre me
encantei pelo universo materno-infantil. Fiz faculdade de Terapia Ocupacional
na Universidade Federal de São Carlos, depois fui para Faro, Portugal, onde
estagiei e trabalhei na minha área de formação, além de conhecer o trabalho de
uma fisioterapeuta com gestantes (que foi minha inspiração). Voltei para o
Brasil após um pouco mais de um ano para morar em Sorocaba-SP junto com meu
namorado da época da faculdade (hoje pai dos meus filhos e meu marido). Fiz
pós-graduação em Medicina Tradicional Chinesa - Acupuntura enquanto
trabalhava em São Paulo, capital, com crianças com necessidades especiais
severas. Mas não estava contente; fiz cursos como de educadora perinatal e
doula e larguei meu trabalho para atuar junto com gestantes. Conheci uma grande
companheira Letícia Arruda e juntas fundamos o Ishtar Sorocaba, que é um grupo
de apoio a humanização do parto (há quatro anos) e mergulhei nesse mundo sem
volta. Quando fundamos o grupo estava grávida do meu filho mais velho e isso
favoreceu muito minhas escolhas em continuar nesse caminho; ele nasceu em casa,
passei a só trabalhar nessa área. Tive minha filha também em casa dois anos e
meio depois e já fortalecida com a maternidade, com muitas pessoas
acompanhadas, resolvi enfim empreender.
Um pouco sobre a
iniciativa
O Bem Gerar começou desde que eu era criança e via os livros dos meus
pais onde havia fotos de partos e bebês. Aquilo me fascinava, apesar de saber
que não queria ser médica. O Bem Gerar começou com um site em 2007 para colocar
informações sobre gestação, parto e desenvolvimento; meu irmão André que fez
para mim e comecei a ter um tanto de contatos através disso. Quando engravidei
da minha segunda filha, já tinha em mente que havia amadurecido e que tinha que
abrir o espaço; fazia muitas atividades através do Ishtar e sentia que
precisava de local fixo para atender, receber as pessoas, mas não queria um
consultório. As mulheres que eu acompanhava sinalizavam essa lacuna na cidade:
lugar que pudessem tirar dúvidas, levar seus filhos, enfim, um local que
entendesse mulheres-mães. Em 2012, então, reuni nomes de mulheres que eu
conhecia profissionalmente ou que havia acompanhado parto e que tinham
interesse, de alguma forma, em trabalhar no projeto e o resultado está sendo de
uma rede de mais de 10 mulheres trabalhando juntas para abrir o Bem Gerar. Eu
sou a sócia-proprietária, mas todo o negócio é voltado para o ganho de todas:
contas abertas, reuniões periódicas, planejamento de marketing e gestão, sempre
flexível com a agenda de mulheres-mães. Os filhos são bem vindos no espaço
também.
Como era seu
trabalho antes e como é agora?
Meu trabalho mudou totalmente: de assalariada de jaleco, para depois
profissional liberal e agora empresária com dois filhos. Confesso que hoje
trabalho muito mais e bem mais feliz.
Você realizou o que
queria quando resolveu empreender?
Acredito que realizarei a partir de 9 de novembro, quando inaugurarmos.
Mas ao mesmo tempo, já me sinto realizada com todo esse movimento de mulheres
trabalhando juntas, é lindo de ver!
Quais as
facilidades e dificuldades de empreender sendo mãe?
A maternidade me abriu a mente e as portas para trabalhar com outras
mães, acho que me aproximou delas. Além disso, me motivou, pois senti o quanto
é ainda fraco o mercado que atenda as necessidades não-materias das gestantes e
mães. Agora as dificuldades também são bem claras: filhos são imprevisíveis e
exigem bastante de nós, conciliar horários sendo mãe full time é bem difícil. No meu caso, não tenho ninguém para
ajudar, meu marido e eu nos desdobramos para dar conta de casa, trabalhos,
projetos e os dois pequenos... é meio louco. Empreender sendo mãe é
melhor e pior pelo mesmo motivo: horários alternativos.
O que é empreendedorismo
materno para você?
É a iniciativa materna em desenvolver algo que se sonha, que por ser
algo prazeroso, de escolha, consegue ser conciliado com a maternidade.
Em sua opinião, por
que as mães optam por este formato de trabalho?
Acredito pela disponibilidade e flexibilidade de tempo. Trabalhar com
horário fixo, de carteira assinada também nos faz ter "carteira
assinada" e horário para ser mãe. Isso é injusto. Poder alternar horários
e acompanhar a vida dos filhos é perfeito. Além disso, fazendo o que se gosta é
muito mais fácil e seguro para a mãe dizer tchau aos filhos quando precisa,
não?
Você acha este
fenômeno algo positivo ou negativo para a vida das mulheres?
Eu acho que tem os dois lados e depende muito de como a mulher vê. O
lado negativo é se a mulher não se sente segura, as opiniões alheias de
"você não trabalha mesmo, você faz umas coisas" pode minar qualquer
ânimo; além disso, muitas vezes o retorno financeiro exige um pouco mais de
paciência e também questões como fundo de garantia, seguros e etc exigem que a
mulher se organize para fazer por conta.Além disso, incorporar o mil e uma
utilidades desgasta as mulheres e as vezes não satisfaz nenhum papel que ela
desempenha. Agora como positivo ficaria tempos escrevendo a respeito:
oportunidade de realizar sonho, de ser criativa, de fazer o que gosta, de
conciliar a vida profissional e a maternidade são uma pequena parte de uma
lista de "lado" positivo.
É um modo
sustentável de conciliar carreira e maternidade?
Sim, creio que é um modo sustentável.
Que dica daria a
quem quer se tornar uma mãe empreendedora?
Primeiro que ela tenha em mente exatamente o que quer com o seu filho e
para sua carreira, assim, é mais fácil se planejar e executar e também que ela
abra de tempo com seu filho apenas para algo que ela queira muito.
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