Letícia com o filho, Dan |
Ela explica que sempre admirou o movimento das mulheres ao redor do mundo que não abriam mão de estar com os filhos e ao mesmo tempo não abandonavam a vida profissional, tornando-se empreendedoras bem sucedidas. “Foi duro, mas hoje tenho o maior orgulho de fazer parte desse movimento”, diz, acrescentando que é de uma família empreendedora.
Como hobby, ela fazia bonecos inspirados em desenhos do seu filho e vendia. “Daí, com toda a pressão do trabalho e a dificuldade de me dedicar às minhas prioridades, veio o impulso de buscar algo melhor e decidi que valia a pena investir numa nova possibilidade”, relembra.
Ela alerta que empreender é uma escolha. E não é nada fácil! “É escolher ser mãe e profissional integralmente, com toda coragem que isso exige, conciliando o que para tantos parece inconciliável”, diz. O lado bom e o lado ruim de ser mãe e empreendedora ela nos conta nesta entrevista.
E afirma: “Acima de tudo, tem que vir do coração, que é para dar a força e a coragem necessárias. Nem tudo são flores e as dificuldades são muitas, mas elas também têm sua beleza: obrigam-nos a evoluir e isso é sempre positivo”.
Confira a entrevista na íntegra e saiba mais sobre a história de Letícia, Dan e o chá de camomila...
Blog EM: Conte um pouco sobre a sua iniciativa: o que é? Como funciona?
Letícia: A Camomila é uma marca de acessórios para pais e filhos que une design ao artesanal. São bonecos, slings e acessórios cheios de estampas e combinações bem coloridas, inspirados na natureza e seus elementos. Começou há mais de dois anos, com a ideia de permanecer mais próxima ao meu filho e de poder trabalhar melhor a minha criatividade, dando luz às histórias e contos que eu sempre gostei de explorar.
Trabalho sozinha. No começo, eu não tinha guardado muito dinheiro para poder investir e foi tudo na base do “do it yourself” [faça você mesmo, em inglês] – das costuras todas ao meu site/blog, as fotos, as produções... Eu só tinha investimento para comprar o primeiro lote de tecidos, pagar a hospedagem de site na internet e imprimir uns folhetos, que ficaram tão feios, que acabei nunca usando! Mas a vontade de construir algo novo tendo a chance de estar mais perto do meu filho e fazendo o que eu gostava muito me deram bastante força e motivação para seguir. Sempre admirei o movimento das mulheres ao redor do mundo que não abriam mão de estar com os filhos e ao mesmo tempo não abandonavam a vida profissional, tornando-se empreendedoras bem sucedidas. Foi duro, mas hoje tenho o maior orgulho de fazer parte desse movimento.
Como era seu trabalho antes e como é agora? Você realizou o que queria quando resolveu empreender?
Antigamente, eu trabalhava num grande jornal. Eu gostava, mas a rotina era um tanto estressante e os momentos de qualidade com meu filho eram escassos. Como hobby, eu fazia bonecos inspirados em desenhos do meu filho e vendia. Daí, com toda a pressão do trabalho e a dificuldade de me dedicar às minhas prioridades, veio o impulso de buscar algo melhor e decidi que valia a pena investir numa nova possibilidade. Alguns erros e acertos depois e surgiu a Camomila, em março de 2009. No primeiro bebê “slingado” numa peça feita por mim, eu tive a confirmação de que nenhum outro trabalho poderia me fazer mais feliz!
Quais as facilidades e dificuldades de empreender sendo mãe?
Para mim, entre as principais dificuldades está a capacidade de organização. Organizar tempo e espaço às vezes vira uma bagunça na minha mão e meu filho acaba indo na onda. Quando se empreende sendo mãe - e quando se faz isso no intuito de ficar mais perto dos filhos - você acaba ganhando mais responsabilidades tanto no âmbito profissional quanto no da maternidade, então se organizar é super importante para não confundir as coisas. Por outro lado, a maternidade é muito importante no meu trabalho porque ela me dá quase tudo o que eu preciso saber para entender meu público, que em sua maioria são mães também. Isso cria uma relação de proximidade com o cliente que é muito gostosa.
Qual o lado bom e o lado ruim?
O bom é poder participar da vida do meu filho sem precisar pedir permissão a um chefe sabe? Muitas vezes eu não cheguei a tempo de uma festinha ou não pude socorrê-lo na escolinha porque estava trabalhando. Sempre tive chefes super compreensivos, mas ainda assim não era a mesma coisa. Hoje, eu posso trabalhar e estar próxima quando ele precisar, nossa cumplicidade ficou ainda maior e hoje posso me manter muito mais atentas às suas necessidades.
O lado ruim está na dificuldade em se estabilizar, principalmente no começo. Não existe negócio que seja lucrativo logo de cara, tem que ter paciência e muita determinação. Depois há as dificuldades, os obstáculos que vão surgindo... Mas aí, vamos os superando como qualquer empreendedor.
O que é empreendedorismo materno para você?
Empreendedorismo materno é uma escolha. É escolher ser mãe e profissional integralmente, com toda coragem que isso exige, conciliando o que para tantos parece inconciliável.
Em sua opinião, por que as mães optam por este formato de trabalho?
Acredito que elas se sintam mais livres para exercer o papel de mãe como elas acham que deveriam ou como gostariam. Muitas acabam trabalhando com o que gostam e isso incentiva muito.
Você acha este fenômeno algo positivo ou negativo para a vida das mulheres?
Eu acho super positivo! Cresci numa família de empreendedores e sou suspeita para falar - admiro muito o empreendedorismo. Mas, acima de tudo, tem que vir do coração, que é para dar a força e coragem necessárias. Nem tudo são flores e as dificuldades são muitas, mas elas também têm sua beleza: obrigam-nos a evoluir e isso é sempre positivo.
É um modo sustentável de conciliar carreira e maternidade?
Acredito que sim, desde que se leve a sério a nova carreira e não caia na onda de achar que vai ganhar rios de dinheiro e trabalhar menos, pelo contrário. Eu hoje trabalho muito mais e vivo períodos mais instáveis financeiramente, mas há outras compensações que eu não troco por nenhuma estabilidade!
Que dica daria a quem quer se tornar uma mãe empreendedora?
Pesquisar muito, planejar e amar o que pretende fazer. Cultivar a paciência e ter claro o seu propósito, que é para não desistir no meio do caminho.
Gostou do trabalho da Letícia?
Entre em contato com ela!
Letícia Pacheco
chadecamomila.com
letícia@chadecamomila.com
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