Roberta é
idealizadora do Estúdio Jabuticaba, que
tem como missão, segundo ela mesma, “traduzir a essência de cada marca em cores
e formas, facilitando a comunicação e a troca entre empresa<>cliente”. Seu
diferencial? “Enxergamos cada marca com
que trabalhamos como um sonho sendo realizado, único!”, explica Roberta.
A mãe de
Benjamin é formada em Publicidade e
Propaganda e trabalha no ramo desde o 2º ano da faculdade. “Tenho uma
relação de amor e ódio com a minha área, porque tenho paixão pelo que faço,
adoro o processo criativo, pensar, planejar encontrar soluções, buscar
conceitos, encontrar a cara da marca. Mas ao mesmo tempo, não gosto da
propaganda voltada para o consumo excessivo e inconsciente, em marcas que SÓ
pensam em lucro”, conta.
Para ela,
ter um estúdio próprio lhe trouxe a possibilidade de trabalhar com pessoas
afinadas com seus valores. “Tive muita sorte até agora e só trabalhei com
pessoas realmente apaixonadas pelo que estavam fazendo. Pessoas que colocaram o coração e a energia nos seus negócios. Que como eu, acreditam que podem mudar o
mundo a partir de pequenas ações, como indivíduos e como empreendedores”,
afirma.
Roberta vê as mães empreendedoras como mulheres construindo juntas um novo formato de mercado, baseado em colaboração e cooperativismo. “Vejo "mães concorrentes" criando encontros juntas, uma fortalecendo a outra, uma indicando a outra, ao invés da competição tradicional elas se complementam. Para mim, é uma nova forma de negócio e de trocas dentro de uma sociedade tão doente como a nossa. Mas há quem diga que eu sou muito idealista...”, completa.
Leia mais
sobre a história de Roberta na entrevista que ela concedeu ao nossos blog.
Ficha da
empreendedora
Seu nome:
Roberta Rezende Santos
Nome e
idade do(s) filho(s): Benjamin de 1 ano e 7 meses
Nome da
empresa e/ou atividade: Estúdio Jabuticaba | Publicidade e Design
Telefone:
-
e-mail: roberta@estudiojabuticaba.com.br
website
e/ou blog: www.estudiojabuticaba.com.br
Conte um
pouco sobre a sua iniciativa: o que é?Como funciona?
A ideia
do Estúdio Jabuticaba nasceu quando eu gestava meu filho. Eu trabalhava em uma
agência de publicidade e o ritmo e os horários são bem malucos, não queria
criar um filho desse jeito. Mas eu só comecei a tirar a ideia do papel quando
meu filho estava com quase 1 ano, em agosto de 2012. Quando eu comecei a ver
tantas mães a minha volta, com filhos pequenos, dificuldades imensas, se
mexendo para abrir negócios próprios, percebi que eu podia auxiliar de alguma
forma, com os conhecimentos que trazia da minha formação. E foi assim que abri
o Estúdio, inicialmente só pensando nas mães empreendedoras. Recentemente o
leque começou a se abrir, e não só mães empreendedoras começaram a procurar o
Estúdio, foi quando começou uma parceria e minha sócia entrou. Agora trabalho
em conjunto com a Eluanda Andrade, além de outras parcerias de diversas áreas.
Como era
seu trabalho antes e como é agora? Você realizou o que queria quando resolveu
empreender?
Antes meu
trabalho era uma mistura de um ritmo frenético e horários malucos, tinha hora
para entrar, mas não para sair.
Hoje em
dia eu faço o meu horário, e ele é ainda mais maluco... [risos]. Que mãe nunca trabalhou de madruga? Ou acordou de madrugada
para trabalhar? Mas posso ficar com meu filho, posso estar aqui para ele.
Além disso, trabalhar com pessoas na mesma sintonia faz toda diferença para
mim.
Eu estou
realizando, ainda não posso dizer que meu empreendimento está como deveria
estar, mas está no caminho de.
Quais as
facilidades e dificuldades de empreender sendo mãe?
As
dificuldades são imensas, organizar os horários com um bebê, encontrar
tempo para trabalhar nesse furacão da maternidade que tira tudo do lugar e muda
tudo dentro de nós.
A
facilidade é encontrar tantas outras mães no mesmo barco, para podemos trocar
figurinhas e enlouquecer juntas [risos].
Qual o
lado bom e o lado ruim?
O lado
bom é poder ficar com meu filho, sem dúvida, é a melhor parte. Encontrar outras
pessoas na mesma sintonia também é maravilhoso e o que me mantém
disposta.
O lado
ruim são as dificuldades mesmo, é muito complicado equilibrar maternidade e
empreendedorismo, principalmente sem uma rede de apoio próxima.
O que é
empreendedorismo materno para você?
São mães
guerreiras buscando um meio termo entre a maternidade e a vida profissional. As
empresas e o mercado atual brasileiro tem pouquíssima flexibilidade com as
mães, o foco ainda é muito em competitividade, vendas e lucro. Eu vejo as mães
empreendedoras como mulheres construindo juntas um novo formato de mercado,
baseado em colaboração e cooperativismo. Vejo "mães concorrentes"
criando encontros juntas, uma fortalecendo a outra, uma indicando a outra, ao
invés da competição tradicional elas se complementam. Para mim, é uma nova
forma de negócio e de trocas dentro de uma sociedade tão doente como a nossa.
Mas há quem diga que eu sou muito idealista...
Para mim, pessoalmente, foi o caminho que encontrei para não terceirizar meu filho e poder estar com ele.
Para mim, pessoalmente, foi o caminho que encontrei para não terceirizar meu filho e poder estar com ele.
Em sua
opinião, por que as mães optam por este formato de trabalho?
Pela
falta de possibilidade das empresas no mercado atual. Quantas empresas permitem
que uma mãe fique com o filho doente? Quantas têm horários flexíveis? Quantas
abrem espaço para as crianças?
Pouquíssimas tem essa visão integral da pessoa, a maioria parece esquecer que a vida de uma pessoa não se resume ao profissional. Acredito que tenha a ver com essa geração tão antenada e que valoriza tanto a vida familiar também.
Pouquíssimas tem essa visão integral da pessoa, a maioria parece esquecer que a vida de uma pessoa não se resume ao profissional. Acredito que tenha a ver com essa geração tão antenada e que valoriza tanto a vida familiar também.
Você acha
este fenômeno algo positivo ou negativo para a vida das mulheres?
Positivíssimo!
Não só para as mulheres, como para os filhos e para a sociedade toda. Eu
acredito realmente que esse é o início de uma "revolução silenciosa".
Quantas profissionais maravilhosas estão deixando seus cargos para se dedicaram
ao seu próprio negócio e aos filhos? Uma hora as empresas começaram a sentir a
falta, e precisarão encontrar meios de manter funcionárias.
Além
disso, essas mulheres estão se realizando, estão descobrindo talentos novos,
percebendo o quanto são maravilhosas!
É um modo
sustentável de conciliar carreira e maternidade?
Acredito
que sim e como disse acima, acredito também que obrigará o mercado a se adaptar
as necessidades das mulheres e de suas famílias, criando ainda mais
alternativas sustentáveis.
Que dica
daria a quem quer se tornar uma mãe empreendedora?
Não é
fácil. Não é indolor. Mas é possível e pode ser maravilhoso se você se abrir
para isso.
E
encontre uma rede de apoio, outras mulheres empreendedoras, mães, pode ser
virtual, ajuda muito, faz toda diferença. E tente encontrar parceiros e uma
rede pessoal também, pessoas de confiança que possam ajudar com o filho quando
os prazos apertam.