Neste post, não
pretendo esgotar todos os mitos sobre nosso trabalho, mas queria ao menos
listar alguns deles que vem me incomodando e que são recorrentes nos discursos
que vemos, lemos e ouvimos por aí. Assim como não vou esgotá-los, não vou dar
conta de todos os argumentos para derrubá-los, claro. Mas a ideia é jogar
algumas notas aqui e começar a falar sobre este assunto, que com certeza vai
render novos posts no futuro, porque "dá pano pra manga".
Ah, antes de começar a tratar dos mitos, um aviso: claro que o assunto
é sério e, portanto, está sendo levado a sério. Mas leveza e bom humor não
fazem mal a ninguém...
Mito 1:
trabalhamos menos
Este mito atinge
tantos as aspirantes a empreendedoras (que pensam que vão trabalhar menos sendo
profissionais liberais e por isso, terão mais tempo para seus filhos), quanto
as pessoas à nossa volta. E o alvo principal são as mães empreendedoras em
esquema home-office. Quem nunca recebeu aquele telefonema no meio da tarde de
um familiar para conversar da vida? Quando esta pessoa faria o mesmo, se você
"estivesse no escritório"?
Gente, mãe
empreendedora não trabalha menos. Trabalha igual e na maior parte das vezes
MAIS do que outros profissionais liberais. Isso, porque, em geral, tem que dar
conta de jornadas duplas, triplas, quádruplas! Cuidar da casa, da família, dos
filhos, do serviço... e de tudo mais que aparecer pela frente!
O que acontece (e
que as pessoas confundem com trabalhar menos) é que nosso trabalho fica mais
flexível. Ou seja: sim, podemos deixar de trabalhar uma tarde, porque nosso
filho está doente. Sendo que à noite, quando ele adormecer, estaremos na frente
do computador, dando conta do trabalho atrasado. Sim, podemos tirar uma tarde
"de folga" para ir ao parque ou ao cinema com os filhotes, mas na
madrugada ou no fim de semana, lá estaremos nós, respondendo emails,
atualizando o site ou o blog, atendendo clientes, respondendo demandas.
Mito 1 derrubado!
Não trabalhamos menos. Nosso trabalho e nosso tempo são flexíveis.
Mito 2: somos
dispersas
Somos verdadeiras
malabaristas. Equilibramos múltiplas tarefas e damos conta de tudo com muita
competência. Mas não somos dispersas. Pelo contrário. Temos nosso modo próprio
de funcionar. Claro... nosso tempo fica diferente do tempo do restante da
sociedade. Trabalhamos na madrugada, nas sonecas dos filhos, nos horários em
que eles estão na escola ou entre uma atividade e outra deles ao longo do dia.
Trabalhamos enquanto eles ficam com a avó, com a sogra, com a tia, enquanto
assistem algo na TV, enquanto estão brincando com o papai...
Somos
multitarefas, mas isso não é sinônimo de dispersão. Pelo contrário, minha
teoria é de que toda mãe empreendedora desenvolve algo que batizei de CCI –
Capacidade de Concentração Instantânea. Isso diz respeito ao nosso poder
incrível de estarmos totalmente focadas em algo e, no segundo seguinte, estarmos
totalmente focadas em outra coisa.
A questão de fundo deste poder é nosso tempo: ele vira um bem tão
precioso, que aprendemos a otimizá-lo. Ou seja: aprendemos a aproveitar cada
segundo enquanto estamos disponíveis para o trabalho!
Junto com a CCI, algumas mães desenvolvem a CCM – Capacidade de
Concentração Múltipla, que é mais complexa, porque diz respeito à capacidade de
concentrar inteiramente em mais de uma tarefa ou ação simultaneamente!
Mito 2 derrubado! Não somos
dispersas. Somos multitarefas e temos uma habilidade sobrenatural de concentração!
Mito 3: nosso trabalho é amador
Este é um mito que tem a ver com a (ainda) falta de entendimento
da sociedade sobre as mudanças no mundo do trabalho. Nós, mães empreendedoras,
nos beneficiamos de uma tendência que é mais ampla do que o nosso movimento: a
de pessoas flexibilizarem seu tempo e trabalharem em casa ou em outros formatos
inovadores.
Muitos executivos trabalham de suas casas. Mas parece que o fato
de sermos mães e trabalharmos em casa ganha outro peso. Como, muitas vezes, a
nossa opção é feita após a maternidade, parece que o trabalho tem menos mérito
do que a executiva que trabalha de casa, para “otimizar seu tempo” porque é muito
ocupada ou qualquer outra justificativa.
Justamente por termos este lugar social, nosso trabalho não pode
ser amador. Pelo contrário. Temos que dar duro, muitas vezes mais duro do que
outro trabalhador, para receber o mesmo reconhecimento (inclusive em termos
financeiros) às vezes pelo mesmo serviço.
Muitas de nós inclusive não sabe valorizar (ou seria melhor
valorar, no sentido de precificar mesmo) o trabalho, justamente porque não
consegue reconhecer seu próprio valor. Isso se dá, porque este mito é muito
reproduzido.
Somos profissionais. E muitas de nós abriram mão de uma carreira
bem sucedida e optaram por flexibilizar o tempo, o formato ou o tipo de
trabalho por um motivo nobilíssimo: estar mais tempo (ou um melhor tempo) como
nossos filhos. E isso não pode e não deve tirar o mérito de nosso trabalho.
Mito 3 derrubado: não somos
amadoras. Somos profissionais superqualificadas e que ainda enfrentamos uma
série de barreiras para nos afirmarmos no mercado!
Longe de ser uma mensagem
desanimadora ou que nos coloca (nós, mães empreendedoras) enquanto vítimas e
também longe de ser uma mensagem ambiciosa, este post queria apenas começar a tratar
destes assuntos. A intenção foi nos afirmar, nos unir, e começar a derrubar
estes mitos que muitas vezes são incorporados e reproduzidos por nós mesmas.
Então, vamos começar a
reverter estas ideias e a mostrar o valor de nosso(s) trabalho(s) e de nossa
opção!
Se você é mãe
empreendedora e leitora do blog e já sofreu algum preconceito, ouviu alguma
piadinha ou teve seu trabalho reduzido por ser mãe empreendedora ou por conta
do modo como trabalha, conte a sua história aqui! Envie uma mensagem
pra nós! Colabore com este debate. Ele nos ajuda a crescermos juntas!
parabensssssssssss
ResponderExcluirexcelenteeeeeeeeee
Querida!!! Demais suas palavras retrata exatamente o nosso dia a dia, estou junto com vc nesta caminhada desafiadora e fascinante de ser mãe empreendedora!!! Tenho a certeza que nossos filhos agradecem e o mercado de trabalho tb!
ResponderExcluirRecebi uma mensagem anônima dizendo que o post é machista. O post é bem realista. E, como eu fiz questão de frizar, bem humorado e cheio de leveza. Porque nossas vidas já são pesadas o suficiente. Quem comentou poderia fazer a gentileza de se identificar, assim, podemos discutir melhor as nossas opiniões. Grata. Michelle
ResponderExcluirExpressou brilhantemente toda a minha (nossa) rotina!!!
ResponderExcluirMaravilha de post, parabéns!!!
Mirella.
Nossa, vc conseguiu descrever certinho. E como subestimadas... mas eu optei por não dar bolo para o que outros falam, pq no final das contas quem paga somos nós. Excelente!!
ResponderExcluirNão deixe de me fazer uma visitinha Tb http://cphilene.wordpress.com
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