Carol e Elis |
Hoje, Carol
atua como revendedora de slings (carregadores de bebês) da região do ABC em São
Paulo e é doula pós-parto. Também edita o blog Parir-se ao parir.
Comunicadora
de formação, slingueira de coração, apaixonada pelo modelo conhecido como wrap, ela já inventou seu slogan: wrapaixone-se!
Para ela, usar os carregadores é apaixonar-se pelo filho e pela maternidade diariamente.
Leia esta
história apaixonante nas palavras desta querida mãe empreendedora!
“Acho que
a vida profissional não tem como estar desligada da vida pessoal, então pode
ser que fique meio grande, mas acho que não dá pra separar as duas coisas...
Já faz um tempão que estou para escrever para o
Empreendedorismo Materno, mas confesso que demorei um pouco, pois teria de ser
na hora em que meu coração estivesse de verdade me dizendo algo, que não fosse
"da boca pra fora", que fosse verdadeiro.
Essa coisa de ser muito sensível às vezes atrapalha
um pouco, mas por outro lado, quando "me encontro", me traz
exatamente o que eu quero: algo verdadeiro, que realmente me toca lá na alma.
E como mãe, hoje uma mãe de quase 11 meses, da
Elis, é exatamente isso que tenho vivido e buscado. O meu lado mais verdadeiro.
A maternidade tem sido para mim um convite a entrar em minha alma. Mas olhar-se
nem sempre é uma experiência boa. Muitas vezes assusta, pois começamos a ver o
nosso lado mais escondido, a nossa sombra, que só aparece quando queremos de
verdade ver. Contudo, depois que a "nuvem negra" passa, vem a
claridade e ainda de forma mais clara do que anteriormente. Por isso, não me
arrependo de ser assim.
Vou tentar resumir minha historia para que as
pessoas entendam o contexto do que está acontecendo agora. Sou formada em
Jornalismo, em Santos, "minha terra". Quando me formei, em 2005, me
decepcionei muito com a profissão, logo após alguns estágios. Meu primeiro erro
foi ter criado expectativas com a profissão, achando que iria "salvar o
mundo" como jornalista, essa coisa de se achar a salvadora da pátria,
bem romântica mesmo. E, de verdade, essa coisa de romantizar só caiu
por terra mesmo, agora que a Elis nasceu. Olhando-me antes, vejo que era um
pouco ingênua, mas acho que também faz parte da vida. Mas uma hora a gente tem
que crescer.
Sempre estudei inglês, desde os 12 anos, por ser
muito ligada à música. Desde esta idade era apaixonada pelos Beatles! E por
isso fui estudar. E acabei me apaixonando pela língua também. Acho uma língua
muito musical! Em 2003 fiz um curso de Guia de Turismo e até hoje tenho
contato com estrangeiros por conta deste trabalho. Então, assim que me
formei na faculdade, e vi que naquele momento não era Jornalismo o que eu
queria - não daquele jeito - fui dar aulas de inglês. Trabalhei em escolas e
também dei aulas particulares, durante quatro anos. O legal de dar aulas é que
a gente aprende muito com os alunos também. Essa troca é fundamental. Muitos
dos meus alunos acabaram se tornando grandes amigos. E em 2008, trabalhei como
tradutora no site de letras de músicas vagalume.com.br, e
também fiz algumas entrevistas com artistas para o site.
Mas, em 2009, passei por uma grande transformação.
Passava por um momento muito difícil, de baixa autoestima, e engordei
muito. Em maio, pesava 132 kg. Sempre fui contra intervenções cirúrgicas,
sempre odiei hospital, mas no dia em que minha pressão chegou a 16 por 10
depois de um dia de muito stress no
trabalho, com 27 anos, precisei repensar minha vida. E foi aí que a grande
viagem para dentro de mim começou. Comecei a fazer terapia, e ao longo dela,
cheguei à conclusão de que a comida era apenas uma forma de tentar preencher um
vazio que existia por dentro (da cabeça e do coração). Repensei, e cheguei à
conclusão de que deveria considerar fazer a cirurgia de redução de estômago. E
fiz. Neste blog http://decifrandome.wordpress.com/2009/04/ dá
para acompanhar toda a caminhada pré e pós operatória, e principalmente minha
caminhada de transformação interna, que no final, é o que mais foi, e ainda é,
necessário. Acredito que fazer essa cirurgia sem ter em mente que o que precisa
mudar é a cabeça, e realmente querer mudar, não vale a pena. Porque NÃO É
FÁCIL. Nem um pouco. Não, as coisas não se resolvem como num passe de mágica,
como muitos pensam.
A marca registrada de Carol: um desenho que sua irmã fez da dupla slingando. Arte: Malipi |
Foi então que em setembro de 2010 engravidei - já
recuperada da cirurgia, 1 ano e meio depois - e comecei uma jornada ainda maior
para dentro de mim. Eu que achava que já tinha visto de tudo, passei a não mais
duvidar da minha vontade de autoconhecimento, de encontrar minha verdade
interna. O inicio da minha gravidez foi muito conturbado, e em janeiro de 2011,
nos mudamos para o ABC, onde meu marido havia acabado de conseguir trabalho.
Assim que nos mudamos, dei aulas particulares
enquanto estava grávida. Foi difícil conseguir alunos em uma cidade
nova, mas fiz uma boa divulgação, e logo apareceram alunos. Durante a gravidez,
dava aulas e frequentava, quando conseguia, os grupos de gestantes do Gama -
Grupo de Apoio À Maternidade Ativa (http://www.maternidadeativa.com.br/), em
São Paulo. As poucas reuniões em que estive presente me ajudaram ainda mais a
entrar em contato com a minha "sombra", pois aquela Ciranda das
Mulheres Sábias faz com que enfrentemos nossas dificuldades, nos sentimos
acolhidas por tantas mulheres, mais experientes ou não, mas todas com uma baita
energia, que nos faz olhar para frente e seguir nossa intuição e vontades
reais, mesmo que de inicio elas assustem.
Encontrei um grupo igualmente forte no ABC, o grupo
MaternaMente (http://maternamente.blogspot.com.br/), e me
senti ainda mais acolhida, pois sabia que havia pessoas perto de mim que
pensavam de forma parecida. A gravidez é um período de muitas confusões para
qualquer mulher, e se ela não estiver ao lado das pessoas certas, a situação
pode piorar muito.
Preparei-me e me informei para ter um parto normal,
que sempre pensei ser o "normal", mas nestes grupos descobri que,
infelizmente, é exceção e não regra no nosso país. Preparamos-nos para fazer o
parto na Casa de Parto de Sapopemba. No dia em que completei 39 semanas, 13 de
junho de 2011, Elis nos avisou: estava chegando. Fiquei apenas 4 horas e 30
minutos em Trabalho de Parto, não imaginávamos que passaria de 5-6 cm de
dilatação para dilatação total em apenas 1 hora e 20 minutos. Resultado: Elis
acabou nascendo em casa, com a ajuda da parteira querida Mariane Menezes, que
inicialmente ia apenas me doular no
trabalho de parto enquanto não chegássemos na Casa de Parto. Mas acabou
"pegando" a Elis, que "escorregou" de uma vez, em
casa, no chão do quarto dela. Nasceu PERFEITA. Foi tudo muito emocionante, que
me faz chorar até agora, só de pensar em tudo o que aconteceu naquele dia. De
longe, o dia mais louco-lindo-forte-intenso e outras milhares de palavras que
poderiam me ajudar a tentar descrever o que aconteceu, mas de verdade, até hoje
não consigo encontrá-las.
Porque estou contando tudo isso em um texto sobre
empreendedorismo? Porque, depois deste dia, minha vida tomou outro sentido. Os
cuidados com Elis, a vivência com outras mães e as dificuldades e alegrias da
maternidade me transformaram em outra pessoa. A mesma, mas ao mesmo tempo,
outra. Melhor, sinto. Em evolução constante. E essa mudança não tinha como não
afetar a "Carol Empreendedora". Essa Carol continua dando aulas de
inglês, mas quer agregar coisas que aprendeu e aprende como mãe. Na verdade,
voltei a trabalhar há pouquíssimo tempo, sem saber se ia realmente dar certo,
dando aulas de inglês via Skype, pela internet. E está dando certo! E
assim consigo ficar mais tempo com Elis, pois neste momento é isso o que quero.
Acompanhá-la de perto nesse início de vida. Confesso que voltar a trabalhar não
é nada simples, ainda mais depois dessa mudança muito grande vida, mas sinto
que preciso. Não só por dinheiro, mas por achar que é bom me sentir útil como
profissional, tem todo um significado interno mesmo. Quem é mãe, sabe.
Mas minhas vontades vão além das aulas de inglês.
Continuarei com elas, mas - como projetos paralelos - tenho muitas coisas.
Depois dessa transformação toda, não poderia ser diferente.
No chá de bebê da Elis, ganhei um Wrap Sling da
Kika De Pano (http://kikadepano.com/). Quando ganhei,
pensei: como vou transformar um pano desse tamanho em um carregador de bebês??
O sling veio com um DVD explicativo de utilização, e passei a
"estuda-lo" ainda grávida. Ele é bonito demais, me senti como as
africanas, japonesas, me senti parte de uma "tribo" ao vesti-lo. A
primeira vez que Elis "slingou" foi com 15 dias. Coloquei-a no Sling
e fui à feira. Foi amor à primeira slingada!!! Ou, como chamo, Wrapada! [risos]. E as pessoas olham na rua, é
algo que chama atenção. Algumas olham com ar de aprovação, outras nem tanto...
mas, em geral, gostam!
Foi então que comecei a revender os Slings da Bruna
Leite da Kika de Pano. E percebi que realmente gosto disso e que tem a ver
comigo! Hoje minha ideia é virar empreendedora mesmo, fazer os Wrap por
conta própria para poder, assim, baratear seu custo. Sou uma
WRAPAIXONADA. [risos]. E nada melhor
do que vender algo que acreditamos. Até acabei de bolar o nome! "WRAPAIXONE-SE"!
ou algo assim. [risos] O que acham?
Porque Wrapar é isso! Apaixonar-se pelo seu bebê a
cada dia! Estarmos bem juntinhos e seguros. Wrapar é das coisas que mais amo
desde que me tornei mãe. E vendendo, acabei meio que automaticamente fazendo um
papel de Doula Pós-Parto, pois eu vou na casa das mães assim que nascem seus
bebês, as ajudo a usar, amamentar com o bebê ali dentro, ajudo-as a sentir-se
bem com o bebê e com o wrap ao mesmo tempo. Noto que algumas se atrapalham para
usar, o que é normal, mas depois que aprendem noto como mãe e bebê se sentem
muito bem. E os pais também slingam! E dá uma satisfação tremenda!
É algo que faria com muito muito amor. E fora que
este momento pós-parto é sempre cheio de novidades, e ter alguém por
perto para dar um apoio emocional é sempre muito bom. Então, me vejo também
como doula pós parto. Uma coisa vai puxando a outra, e são coisas que são
verdadeiras dentro de mim. E é essa a minha busca como mulher e mãe. A verdade,
nada mais que a verdade. Mesmo que, muitas vezes, ela doa. Mas uma hora a
tempestade vai embora e vem um lindo dia de sol!".
Gostou do trabalho da Carol?
Entre em contato com ela!
Blog: mepari.blogspot.com
Email: carollrob@gmail.com
Gostou do trabalho da Carol?
Entre em contato com ela!
Blog: mepari.blogspot.com
Email: carollrob@gmail.com
Que coisa linda essa história!!!
ResponderExcluirParabens Carol pela coragem em enfrentar as adversidades da vida e lindas transformações com a maternidade e a Michelle pela linda matéria!
Obrigada :)
ExcluirMichelle arrasou mesmo na introdução, pegou direitinho o "feeling" da coisa ;)
Que lindo ver mamães que empreendem junto com a maternidade!
ResponderExcluirNo próximo frutinho quero muito usar sling ...
Beijos, Má
www.monmaternite.com
Você vai ver como é gostoso! :)
ExcluirA iniciativa deste blog vai contra a noção capitalista de empreender devido ao seu caráter humanista. Parabéns pela inicitiva e pela a contribuição de pessoas como a Carol Valente (sou suspeita para falar dela porque é nada mais nada menos que a minha irmã em TODOS os sentidos afetivos que uma relação humana possa ter); que mostra que é possível sim conciliar o desafio da maternidade com a vida profissional, oferecendo o melhor e necessário para a sua filha (minha borboletinha Elis): amor incondicional.
ResponderExcluirEspero fazer parte desse grupo em breve! :)