quinta-feira, 17 de maio de 2012

O sling mudou a vida de Ritta e hoje ela muda as de outras mães


Ritta, da Koladinho Slings

Ritta Costa estava se preparando pra voltar ao mercado de trabalho depois do primeiro filho, quando engravidou do segundo. “Me acomodei um tempo, mas não estava completa. Sabia que poderia ser mãe e profissional sem que uma coisa afetasse a outra, eu só não sabia como fazer isto”, lembra. 


Um dia, em um momento de sufoco, tendo que se dividir e atender aos dois filhos, ela encontrou a solução: o recém-nascido foi para o sling e ela conseguiu dar atenção ao mais velho ao mesmo tempo.  

Depois que o sling lhe proporcionou esta conquista, ela resolveu vender os carregadores e proporcionar experiências semelhantes a outras mães. Surgiu assim a Koladinho Slings

Secretária executiva de formação, Ritta passou a ser gestora de seu próprio negócio, contando com o apoio de revendedoras e de seu marido.

Poder ficar com seus filhos é o lado bom de tudo. Mas é preciso disciplina para não transformar a vida em trabalho. “É preciso separar a hora de trabalhar e a hora de cuidar da casa, dos filhos, do marido também. Equilíbrio e disciplina que são as palavras de ordem quando decidimos empreender sendo mãe”, diz.

Ela não consegue ver um lado ruim em empreender. “Você está trabalhando, produzindo, realizando algo, levando um benefício a outras pessoas e, ao mesmo tempo podendo cuidar da sua família. Acho que é o sonho de toda mãe, não é?”, pergunta.

Para ela, o empreendedorismo materno, além de ser uma forma sustentável de conciliar carreira, filhos e família, é também, de certa forma, uma resposta à maneira que as empresas privadas no Brasil tratam a mulher enquanto profissional. “No Japão, quando os filhos estão em adaptação na escola, por exemplo, as mães são dispensadas do seu trabalho sem qualquer ônus. Aqui no Brasil, as mulheres precisam deixar os filhos com febre na escolinha e ir trabalhar por causa do risco de perder o emprego se faltar”, exemplifica. “Acho que isto precisa ser repensado na nossa cultura”, afirma.

Ela dá uma dica preciosa para quem quer empreender: organize, leia, se informe e faça algo que te dá prazer.

Leia a íntegra da entrevista de Ritta abaixo.

Blog EM: Conte um pouco sobre a sua iniciativa: o que é? Quando começou?
Ritta: A ideia de fabricar e comercializar artigos infantis começou com o nascimento do meu segundo filho, Daniel agora com 3 anos. Durante minha gravidez ganhei três slings de modelos diferentes. A princípio eles ficaram na gaveta guardadinhos e eu tinha até me esquecido, tendo lembrando deles quando meu bebê tinha 15 dias e eu me vi sozinha em casa, com um RN  se “esgoelando” pra mamar e um garotinho de 4 anos vomitando no banheiro. Meus filhos precisavam de mim ao mesmo tempo e eu não tive dúvidas: peguei o sling, por instinto coloquei o bebê certinho, abri o peito, ele já começou a mamar e eu fui atender o mais velho. Uma hora depois de passado o sufoco, eu já tinha ajudado meu primogênito, Gustavo hoje com 7 anos, dado banho nele e arrumado a bagunça, quando me dei conta do que tinha ocorrido. Eu fiz várias coisas com o bebê no colo tranquilo, mamando, dormindo e aquilo me marcou profundamente.
A partir daí comecei a costurar e revender slings. A princípio, eu dava um sling pra quase toda mãe que eu via com dois filhos e não podia comprar, até perceber que o negócio precisava se sustentar sozinho pra ir adiante, e não adiantava eu investir e não ter retorno. Então decidi pesquisar no SEBRAE e algum tempo depois abri CNPJ e passei a fazer as coisas de forma mais profissional. Hoje em dia, comercializo outros produtos além do sling e já não costuro sozinha. Repasso pra uma confecção, tenho algumas revendedoras trabalhando comigo, meu marido ajuda com a embalagem e postagem dos produtos e eu basicamente faço o administrativo, além das peças que necessitam de personalização, detalhes como patcolagens, fuxicos, estas coisinhas que dão um charme a mais numa peça.

Como era seu trabalho antes e como é agora? Você realizou o que queria quando resolveu empreender?
Eu era Secretária Executiva, mas quando me casei, pouco tempo depois parei de trabalhar me dedicando somente à ideia de ser mãe, cuidar dos filhos, da casa até eu perceber que eu não precisava restringir minha vida, mas eu poderia fazer isto e muito mais. Estava me preparando pra voltar ao mercado de trabalho, quando engravidei e me acomodei um tempo, mas confesso que não estava completa, eu sabia que poderia ser mãe e profissional sem que uma coisa afetasse a outra, eu só não sabia como fazer isto. Quando nasceu meu segundo filho, encontrei o que eu buscava, senti que tinha sido direcionada pra este segmento desde que engravidei. E sim, eu me realizei quando resolvi empreender.

Quais as facilidades e dificuldades de empreender sendo mãe?
A maior facilidade, na minha opinião, é o fato de não precisar sofrer a ausência dos meus filhos por longos períodos, como no caso das mãe que trabalham fora o dia todo. Quanto à dificuldade, a minha é a questão da organização. É preciso ter disciplina para separar a hora de trabalhar e a hora de cuidar da casa, dos filhos, do marido também. Quando a gente tem o próprio negócio costuma às vezes se entregar muito a ele, fazer tudo sozinha e isto nos consome muito tempo, dá pra se perder no meio do processo todo. Equilíbrio e disciplina que são as palavras de ordem quando decidimos empreender sendo mãe.

Qual o lado bom e o lado ruim?
Pra te falar a verdade eu não consigo ver um lado ruim. Porque você está trabalhando, produzindo, realizando algo, levando um benefício as outras pessoas e ao mesmo tempo podendo cuidar da sua família. Acho que é o sonho de toda mãe, não é? Você produzir como mulher, fazer algo pra você mesma sem deixar de estar presente nos cuidados diários com seus filhos.

O que é empreendedorismo materno para você?
Empreendedorismo materno pra mim é exercer algo que é familiar, que faz parte do seu dia a dia e ao mesmo tempo ter um retorno financeiro disso. É lidar com pessoas que você compreende por fazer parte do contexto delas. A maternidade forma um elo muito forte entre as mulheres e isto faz com que o meu trabalho seja extremamente natural e prazeroso.
O empreendedorismo materno é também, de certa forma, uma resposta à maneira que as empresas privadas no Brasil tratam a mulher enquanto profissional. No Japão, quando os filhos estão em adaptação na escola, por exemplo, as mães são dispensadas do seu trabalho sem qualquer ônus. Aqui no Brasil, as mulheres precisam deixar os filhos com febre na escolinha e ir trabalhar por causa do risco de perder o emprego se faltar. Acho que isto precisa ser repensado na nossa cultura.

Em sua opinião, por que as mães optam por este formato de trabalho?
Eu acredito que pela possibilidade de não precisar abrir mão da convivência com seus filhos por longos períodos e ao mesmo tempo se realizar produzindo algo que as fazem se sentir inseridas no contexto do mercado de trabalho e ao mesmo tempo continuar sendo donas de casa e mães em tempo integral.

Você acha este fenômeno algo positivo ou negativo para a vida das mulheres?
Absolutamente positivo.

É um modo sustentável de conciliar carreira e maternidade?
Exatamente, esta aí o foco de tudo. Conciliar carreira e maternidade. Sonho de todas nós né [risos]. Empreender traz esta possibilidade de uma forma que nenhum outro formato de trabalho pode fazer.

Que dica daria a quem quer se tornar uma mãe empreendedora?
Que busque empreender num segmento que lhe de prazer, que seja parte dela mesmo. Por exemplo: a mãe que gosta de cozinhar, fazer bolos, doces, que empreenda nesta área, pois nada a fará mais feliz do que exercer uma atividade que ela tenha prazer naquilo.
Outra coisa importante é procurar o SEBRAE, se informar, fazer um planejamento. 

Gostaria de contar algo mais ou dar uma dica?
Eu acho relevante mencionar que as coisas acontecem de forma gradual, que dar certo na sua atividade pode não vir da noite para o dia, mas o mais importante não é nem onde você vai chegar, mas as atitudes que você tem pelo caminho, os amigos, os contatos, o respeito que se trata a cada um, deixando pra trás um rastro de boas impressões, isto é fundamental pra qualquer negócio. 

Hoje tenho uma equipe bacana e fazemos workshops em qualquer lugar que nos chamem pra falar do uso do sling, sua origem, tiramos dúvidas, ensinamos a usar. Basta juntar as famílias num espaço e nos chamar que estamos a disposição pra ir em qualquer cidade do Estado de São Paulo, onde moramos e atuamos. 

Gostou do trabalho da Ritta?
Entre em contato com ela!
 (11) 3774-6274 / 5329-2622 

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