segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Tathy pensa que negócios começam, porque o mercado não proporciona o que as mães buscam

Tathy, com seu marido e filhos
Já publicamos aqui no blog algumas entrevistas de mães defensoras (com unhas e dentes!) do empreendedorismo materno. Tathyana Abreu faz parte deste time. Ela acredita neste formato de trabalho não apenas para gerar retorno financeiro, mas também como modo de vida, de construir a família, de exercer a maternidade ativamente e de conciliar os mil e um papéis que a mulher tem que exercer hoje na sociedade.

“Engana-se quem pensa que as mulheres estão retroagindo ao voltar ao lar. A mulher empreendedora tem visão de futuro e consegue enxergar além das suas necessidades. Muitos negócios começam em casa por uma falha no mercado que não proporciona o que a mãe está buscando”, afirma ela, que é mãe de Alice (5) e Rafael (1 ano e quatro meses) e idealizadora de A Doceria da Tathy

A Doceria da Tathy é uma empresa materna que oferece as mães de Brasília personalização de festas, doces gourmets e conta com uma linha orgânica de muffins e papinhas para as festas os pequenos.

O empreendimento possibilita que Tathy vivencie o lado bom e o lado ruim de estar em casa trabalhando. Ela fica com seus filhos em tempo integral, mas às vezes, eles exigem sua presença quando ela não pode estar ao seu lado. “Não tenho babá e nem empregada, eles estão comigo o tempo todo. Não tem emprego no mundo que me traria essa possibilidade (...) mas eles ainda não entendem que a mamãe trabalha em casa e me demandam atenção em momentos em que eu não posso atendê-los”, diz.

Além da dificuldade com os filhos, ela avalia que a empreendedora brasileira poderia ser mais reconhecida e apoiada. “Todo empreendedor brasileiro necessita provar o tempo todo que é bom. O produto nacional ainda é desvalorizado, principalmente o trabalho feito à mão”, explica.

Leia a íntegra da entrevista com Tathyana e saiba mais sobre a sua bela história.

Blog EM: Conte um pouco sobre a sua iniciativa: o que é? Como funciona?
Tathyana: Eu sou formada em psicologia e passei por algumas áreas de atuação dentro da minha profissão. Desde que me formei há quase seis anos trabalhei na área clínica e dividia consultório com meu sogro e meu marido. Porém, desde que voltei a trabalhar após o nascimento da Alice, eu sentia necessidade de estar mais presente com ela, em casa, só que não tinha idéia de como isso seria possível, já que eu tinha uma carga pequena de trabalho e fazia os meus horários. Entrei em conflito, fiz terapia, aluguei o ouvido do marido e bati muito a cabeça. Quando eu engravidei do Rafael, voltei a ficar tranqüila em relação ao meu trabalho, nada me afligia mais e aos poucos fui encontrando as minhas respostas. Os doces e as festas que sempre estiveram presentes na minha vida e se tornaram uma opção viável de trabalho e foi a partir daí que a Doceria da Tathy nasceu.
A Doceria da Tathy é uma empresa materna que oferece as mães de Brasília personalização de festas, doces gourmets e conta com uma linha orgânica de muffins e papinhas para as festas os pequenos.
Eu trabalho sozinha, mas conto com uma parceira na área de design gráfico, a Bia Argollo e artesãs da cidade que me ajudam a confeccionar os artigos de decoração das festas. E também conto com a ajuda indispensável da minha mãe que é a minha inspiração desde criança.

Quais as facilidades e dificuldades de empreender sendo mãe?
Eu vejo muitas facilidades porque o meu público são as mães e elas confiam em mim e no meu trabalho por se sentirem seguras em ter alguém fazendo pra elas o que elas mesmas fariam se tivessem tempo ou habilidade. Existe uma cumplicidade entre as minhas clientes e eu e acabamos ficando amigas no final das festas.
As dificuldades eu atribuo ao fato de que todo empreendedor brasileiro necessita provar o tempo todo que é bom. O produto nacional ainda é desvalorizado, principalmente o trabalho feito à mão. Outro dia ouvi de uma amiga se eu estava no mercado pra “tomar” o lugar das doceiras famosas da cidade. As pessoas não entendem que existe lugar no mercado pra todo mundo que é bom. Ninguém tira o lugar de ninguém. São essas pequenas provas que tornam muitas vezes o trabalho cansativo.

Qual o lado bom e o lado ruim?
O lado bom é ficar em casa com os meus filhos e não ter que me deslocar para o trabalho. Não tenho babá e nem empregada, eles estão comigo o tempo todo. Não tem emprego no mundo que me traria essa possibilidade.
O lado ruim é que eles ainda não entendem que a mamãe trabalha em casa e me demandam atenção em momentos em que eu não posso atendê-los.

O que é empreendedorismo materno para você?
É uma forma de classificar as mães que conseguem se reinventar nos seus variados papéis de mãe, mulher, trabalhadora e dona de casa. Toda mulher tem um lado empreendedor.

Em sua opinião, por que as mães optam por este formato de trabalho?
Porque a maioria está em busca da satisfação profissional sem ter que deixar a maternidade ativa. Eu tenho várias amigas que optaram por trabalhar em casa e se sentem muito mais felizes.

Você acha este fenômeno algo positivo ou negativo para a vida das mulheres?
Super positivo. A nossa geração não tem o peso de provar nada socialmente. Nós temos opção de escolher um formato nosso de viver a maternidade ativa aliada ao trabalho. Não carregamos o peso de competir com um homem o cargo de chefia na empresa. E engana-se quem pensa que as mulheres estão retroagindo ao voltar ao lar. A mulher empreendedora tem visão de futuro e consegue enxergar além das suas necessidades. Muitos negócios começam em casa por uma falha no mercado que não proporciona o que a mãe está buscando. Por exemplo: na minha empresa eu tenho uma linha de papinhas orgânicas para servir aos bebês nas suas festas de aniversário. Eu criei essa linha de produtos por uma deficiência no mercado local. Na minha cidade eu por enquanto sou a única que fornece esse tipo de alimentação.

É um modo sustentável de conciliar carreira e maternidade?
Se você pensar que eu não necessito me transportar todos os dias para trabalhar, que eu não preciso terceirizar os meus filhos, que eles são mais saudáveis por serem cuidados por mim e quase não ficam doentes. Essa é uma prática muito sustentável.

Que dica daria a quem quer se tornar uma mãe empreendedora?
Acho que cada um deve encontrar algo que goste de fazer. Mas tem que fazer bem feito, porque o mercado é exigente.

Gostou do trabalho da Tathy?
Entre em contato com ela!
adoceriatathy@gmail.com


6 comentários:

  1. Michelle, muito obrigada pelo contato e pela oportunidade de mostrar as outras mães que estão no mesmo barco que é possível trabalhar em casa e ser feliz. Obrigada também por ter colocado a minha entrevista na íntegra, sem mudar nada ou trocsr informações. São esses cuidados que fazem toda a diferença. Beijos, Tathy.

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  2. Muito boa a entrevista. Adoro as produções da Doceria da Tathy, sou fã!
    Beijos

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  3. Parabéns pela entrevista.Mais uma vez, fontes de inspirações!!Super bjs

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  4. Muito encorajante; não quero delegar a tarefa de educar meu filho à uma escolinha enquanto trabalho o dia todo...
    Obrigada por ser fonte de exemplos posistivos!

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