Família Roche: pilar da mãe empreendedora Fernanda |
A partir do nascimento das filhas e com a certeza de que “o vínculo afetivo desenvolve mais do que a precoce escolaridade”, ela deu início às atividades do Projeto Criança em Foco, que completa doze anos e já tem unidades por todo país.
O objetivo do projeto é “oferecer suporte para famílias em formação, priorizando o desenvolvimento de bebês, crianças, seus pais e cuidadores”. Fernanda conta que ele “foi pioneiro em sua proposta inovadora de Formação para Babás e Estimulação de Bebês e atualmente abrange inúmeras propostas que incrementam a formação do apego entre pais e filhos e promove uma unidade de linguagem em torno da criança pequena”.
O Projeto teve seu início em março de 2000 no Rio de Janeiro, com unidades em Ipanema e na Barra da Tijuca, e hoje já está em Niterói (RJ) e Curitiba (PR). Mas apesar de tanta história, o compromisso segue o mesmo, e é “manter uma equipe coesa, equilibrada, empenhada em seus estudos e prática e em ampliar cada vez mais o aspecto clínico-preventivo desta proposta”. Fernanda se diz realizada. “Nesta fase, sinto que alcancei o que queria do ponto de vista profissional e em relação aos resultados que colhemos, mas sinto que gestão é algo extremamente desafiador que temos que permanentemente aprender. Contar com especialistas em cada área me parece a melhor saída”, afirma.
E a realização é da família toda. Família que foi fundamental para Fernanda quando ela resolveu se empenhar no projeto. Suas filhas Anna Luiza (17 anos) e Mariana (14) são sua maior inspiração e, segundo ela, seu melhor cartão de visitas. “Elas perceberam que ali estava sendo continuada a história delas – inclusive com seus brinquedos antigos - e eu sempre fiz questão de dizer que elas foram as grandes “responsáveis” por aquele empreendimento e pelo sucesso que alcançamos”, diz.
O lado bom é todo este retorno, nos âmbitos profissional e pessoal. O lado ruim de empreender, no caso de Fernanda, é estar na contramão. “A pressão maior vem do fato de que as famílias e a sociedade apressam imensamente a infância, e nós estamos na contramão disto”. Apostando no vínculo e no cuidado, Fernanda empreende para contribuir com a formação de novas e felizes famílias.
Leia mais sobre o interessante e bem sucedido trabalho desta mãe empreendedora na entrevista que ela concedeu ao nosso blog.
Blog EM: Conte um pouco sobre a sua iniciativa: o que é? Como funciona?
Fernanda: Nesta iniciativa, reuni meus 20 anos de estudos e prática em psicodiagnósticos, psicoterapia com orientação psicanalítica de crianças e adultos e de acompanhamentos aos pais à minha própria vivência materna. Como tantas outras profissionais, dividida entre meu trabalho e a tarefa única de cuidar de minhas filhas questionei-me, por diversas vezes, sobre a capacidade das babás de compreender, de fato, o mundo das crianças. Surgia, então, o projeto do Curso de Formação de Babás, que deu início ao Projeto CRIANÇA EM FOCO. Partindo para desenvolver meu trabalho mais voltado à área da prevenção e de promoção da saúde, em 1997, idealizei e iniciei as pesquisas para dar forma ao Projeto Criança em Foco. Neste percurso, durante três anos, dediquei-me à aproximação com áreas afins, como pediatria, odontopediatria, neonatologia, neuropediatria, fonoaudiologia, nutrição, psicomotricidade e educação. A partir desta iniciativa, contando com uma equipe multidisciplinar autônoma e em permanente atualização, desde março de 2000 venho acompanhando famílias e profissionais que tenham como função ajudar a cuidar de crianças em casa e nas escolas de educação infantil. Em 2002, mudei-me com minha família para Curitiba, onde implantei o Projeto Criança em Foco com resultados ainda mais surpreendentes. Hoje dirijo e supervisiono a unidade de Curitiba e coordeno a implantação do projeto em outras cidades no Brasil. O Projeto Criança em Foco tem como missão oferecer suporte para famílias em formação, priorizando o desenvolvimento de bebês, crianças, seus pais e cuidadores. Foi pioneiro em sua proposta inovadora de Formação para Babás e Estimulação de Bebês e atualmente abrange inúmeras propostas que incrementam a formação do apego entre pais e filhos e promove uma unidade de linguagem em torno da criança pequena.
Como era seu trabalho antes e como é agora? Você realizou o que queria quando resolveu empreender?
Como era seu trabalho antes e como é agora? Você realizou o que queria quando resolveu empreender?
O Projeto teve seu início em março de 2000 no Rio de Janeiro, com unidades em Ipanema e na Barra da Tijuca, e em dois anos de funcionamento formou quatrocentas profissionais e atendeu a diversas famílias em encontros semanais para orientações acerca do desenvolvimento infantil. Contou com uma equipe de excelentes profissionais autônomos composta por psicólogas, pediatras, nutricionista, educadoras, musicoterapeuta e consultoras financeira e doméstica.
Em 2002, devido à minha mudança para Curitiba, no Paraná, o Projeto ganhou mais duas unidades, em Niterói, onde nos dois anos seguintes foi desenvolvido um sério trabalho exclusivamente com Formação de Babás pela psicóloga Marisa Vidal; e em Curitiba, onde desde 2002 o espaço vem atendendo a inúmeras famílias em diversas propostas e se firmando cada vez mais entre a sociedade como uma instituição séria, dedicada à atualização e comprometida com os bons valores.
De outubro de 2004 a janeiro de 2007, a unidade do Rio de Janeiro em Ipanema foi reaberta, com sua coordenação local terceirizada e manteve o compromisso de levar às famílias a mesma qualidade em serviços e atendimento personalizado, focado no Curso de Formação de Babás. Enquanto esteve ativa, esta unidade manteve a mesma séria equipe multidisciplinar que colaborava com o sucesso do projeto desde 2000, ainda sob a minha coordenação geral.
Em Curitiba, o projeto Criança em Foco vem ampliando ainda mais seu alcance, sua equipe multidisciplinar e áreas de atividades, sempre comprometida em ouvir as famílias e com a ética, atualização, qualidade de serviços e responsabilidade social. Inicialmente, fizemos parceria com uma rede de lojas de produtos para bebês onde foi cuidadosamente projetado um cenário de quarto de criança para que nossas atividades acontecessem de forma confortável.
Em outubro de 2005, devido ao grande alcance de nossas propostas e sempre visando a excelência na prestação de serviços e consultorias na área de Desenvolvimento Infantil, foi inaugurado o Espaço de Desenvolvimento Criança em Foco, pioneiro no sul do país.
Com um projeto arquitetônico idealizado especialmente para permitir o pleno desenvolvimento das atividades com bebês e crianças desde recém-nascidos até seis anos de idade, nosso espaço acolhe semanalmente com muito conforto, higiene e carinho os bebês, as crianças, seus familiares e cuidadores para uma prazerosa convivência.
O projeto Criança em Foco guarda o diferencial de direcionar seu interesse, estudo e atuação exclusivamente a cada criança em especial, a cada família, a cada mãe, a cada pai, a cada cuidador em desenvolvimento como pessoas que fazem parte de uma engrenagem, que precisa funcionar de forma saudável em torno das crianças e mantém cuidadosamente, há quase dez anos, a prerrogativa de ficar distante do mercado de agências de babás.
Desde 2010, quando retornei de uma temporada na Inglaterra para cursar meu Mestrado em Saúde Mental Infantil, foram implantados novos programas baseados na minha experiência na Clínica Tavistock, além de grupos de estudos e supervisões com a equipe, e ciclos de palestras continuados para pais e profissionais de saúde e Educação.
A completar em março próximo doze anos de atividades, nosso compromisso segue em manter uma equipe coesa, equilibrada, empenhada em seus estudos e prática e em ampliar cada vez mais o aspecto clínico-preventivo desta proposta. Nesta fase, sinto que alcancei o que queria do ponto de vista profissional e em relação aos resultados que colhemos, mas sinto que gestão é algo extremamente desafiador que temos que permanentemente aprender. Contar com especialistas em cada área me parece a melhor saída.
Quais as facilidades e dificuldades de empreender sendo mãe?
A dedicação que se tem que imprimir ao empreender e inovar é imensa, e exige muita parceria com a família. Convoquei minha família para participar, meu marido sempre adorou bebês e crianças e minhas filhas também. Assim, nestes 12 anos, partilhamos das alegrias e de cada conquista com grande entusiasmo. Elas perceberam que ali estava sendo continuada a história delas – inclusive com seus brinquedos antigos - e eu sempre fiz questão de dizer que elas foram as grandes “responsáveis” por aquele empreendimento e pelo sucesso que alcançamos. Minhas filhas são meu melhor cartão de visita!
Qual o lado bom e o lado ruim?
Talvez o lado ruim seja que você perde um pouco o controle do crescimento e tem que cuidar muito para que não se corrompa a proposta mediante as pressões do mercado. No nosso caso, a pressão maior vem do fato de que as famílias e a sociedade apressam imensamente a infância, e nós estamos na contramão disto, acreditando que o vínculo afetivo desenvolve mais do que a precoce escolaridade.
O lado bom é o de todo dia, de ter o privilégio de ver os bebês se desenvolverem, os pais aprenderem com os filhos, os profissionais se especializarem. Ajuda muito a falta de rotina e sentir que você criou algo que faz diferença na vida das pessoas. O trabalho em equipe, construído ao longo dos anos, é extremamente gratificante também, gerar crescimento profissional para colegas mais jovens, contar com seu entusiasmo e iniciativas e trocar aprendizagens têm sido um prazer enorme.
O que é empreendedorismo materno para você?
O que eu entendo sobre esta expressão é a transformação em realização profissional de algo que a maternidade lhe permitiu, como um saber especial, um interesse novo, uma idéia inovadora ou criativa inspirada pela experiência mais marcante na vida de uma mulher. Assim foi para mim.
Em sua opinião, por que as mães optam por este formato de trabalho?
Acho que porque a maternidade lhes ampliou o universo de uma forma única.
Você acha este fenômeno algo positivo ou negativo para a vida das mulheres?
Desde que a mulher encontre sua realização, seja o empreendedorismo associado à maternidade ou não, acho extremamente positivo. Mulheres são corajosas, dinâmicas, curiosas e são capazes de liderar equipes com maestria, quando apoiadas pela família.
É um modo sustentável de conciliar carreira e maternidade?
Acredito que sim, embora reconheça que toda mulher, mesmo aquela que - como eu - escolhe empreender numa área associada à maternidade, está sujeita a uma dupla jornada e com ela precisar contar com uma rede de apoio que seja eficiente.
Que dica daria a quem quer se tornar uma mãe empreendedora?
Observe e conheça seu filho. Conheça seus interesses, persiga sua curiosidade crescente e certamente alguma idéia brilhante irá surgir.
Gostou do trabalho da Fernanda?
Entre em contato com ela!
Espaço de Desenvolvimento Criança em Foco
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