quinta-feira, 19 de julho de 2012

Mães empreendedoras são Mad Moms?

Muito bacana o texto da Anne Rammi, no Super Duper.

Reproduzo na íntegra abaixo.


MAD MOMS
Elas nasceram entre o final da década de 70 e meados de 80.

As Mad Moms estão hoje na casa dos trinta, tem filhos embaixo do braço e um incontrolável desejo de conseguir realizar os sonhos profissionais e pessoais que uma vez também tiveram as suas mães - mas ironicamente não têm a menor disposição para não participar ativamente também da vida dos filhos.

Mad Moms são mães que enlouqueceram, na definição literal do termo. Eram mulheres norteadas pela carreira, muito provavelmente com bastante escolaridade. Se destacavam com facilidade nos trabalhos que executavam, tinham futuro promissor naquela fase da vida em que só se pensa no futuro. Eram líderes natas, com muita energia para o trabalho. Decidiram que além de carreira queriam independência, além de independência, queriam lazer. Mad Moms são mulheres que queriam tudo.

Traziam de casa as influências, filhas em sua grande maioria de mulheres que trocaram os afazeres domésticos pelo mercado de trabalho, não lhes passava pela cabeça outra coisa se não o sucesso profissional, prazer e trabalho na medida certa. Uma vida de conforto, certamente com filhos. Mas as Mad Moms aprenderam um novo significado para todas essas palavras - sucesso, prazer, trabalho e conforto - depois que tiveram filhos. Os filhos enlouqueceram as Mad Moms.

Mad Moms são aquelas que os priorizam filhos, ainda que não aceitem - como fizeram suas avós - abdicar de outras facetas da vida. São profissionais, são femininas, são políticas, são inteligentes. Podem participar de debates intelectuais, mas não raramente tem sujeira de criança espalhada pela roupa. desmarcam compromissos para atender pequenas febres. Podem ser chamadas de irresponsáveis. Mas elas não ligam.

São preocupadas com coletivos, mais do que soluções individuais para problemas. Querem mudança, exigem mudança. Controlam suas casas como uma vez controlaram suas equipes, abandonaram empregos, mas não abandonaram renda. Não aceitam meias verdades, não acatam ordens. A grande maioria delas não tem mais chefe. São normalmente ríspidas com argumentos, e tachadas de mal educadas. E não ligam.

Mad Moms são cosmopolitas essencialmente, mas precisam do mato para recarregar as energias. Moram em grandes cidades, mas separam o lixo neuroticamente. Vivem de acordo com as rotinas das metrópoles, mas se permitem contemplar os dedos dos filhos abrindo e fechando ainda no sono da manhã, não importando que o relógio diga que é hora de levantar. Muitas vezes são confundidas com preguiçosas. Mas não ligam.

Mad Moms matriculam filhos nas escolas quando precisam, e questionam absolutamente toda a grade curricular. Ligam na escola semanalmente, e sabem que devem ter um apelido desagradável entre o corpo docente e direção. E não ligam.

Mad Moms contratam babás e as tratam como família.  Por outro lado não permitem que babás alimentem ou banhem seus filhos fora do estritamente necessário, elas consideram que esses momentos são íntimos demais. Não exigem uniforme branco mas não convidam para almoçar fora. Um observador superficial pode concluir que elas são hipócritas, ou incoerentes. E elas não ligam.

Mad Moms gostam de cuidar da casa, mas exigem divisão igual de tarefas com seus maridos ou companheiros, nem que estes últimos sejam os filhos. Conhecem absolutamente todos os produtos de limpeza e a função de cada um. Podem ter empregadas as ajudando nos lares, mas sabem que isso está com  os dias contados. Entendem que cuidar do lar é obrigação das famílias, não se envergonham de limpar a própria sujeira. Já ouviram muita gente lhes chamar de Amélia, e adivinha? Não ligam.

Mad Moms estão criando filhos para o mundo, mas um mundo onde a mãe está presente. São raramente resignadas, um tanto reativas, mas sem sombra de dúvida, resilientes.

Formam um recorte não muito significante da geração Coca-Cola, ainda sem dados demográficos que o comprove. Mad Moms não tomam Coca-Cola e as que tomam, sabem que deveriam parar.

Um comentário:

  1. Mi

    Super me identifiquei com esse texto...muito bom!
    Parabéns por repassá-lo!
    Gde abraço
    Karin Ramiro - http://lugardemae.blogspot.com.br/

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